O próximo Rock in Rio – que acontece de 27 a 29 de setembro e de 3 a 6 de outubro – contará com uma solução tecnológica para tornar o festival de música acessível a cegos e pessoas com baixa visão. A partir do uso de beacons, com dispositivos instalados na Cidade do Rock, o aplicativo do Veever (Android; iOS) reconhece a proximidade de determinados pontos previamente cadastrados – tais como palco, banheiros ou área de alimentação – emite comandos de voz que direcionam os usuários e informam a direção e a distância a ser percorrida.

Outro recurso que poderá ser usado é o da audiodescrição do ambiente. O Veever dará detalhes sobre cores, tamanhos e curiosidades da Cidade do Rock. Ao apontar o smartphone para uma determinada direção, o usuário recebe informações sonoras.

Funções para o festival

Aplicativo Veever preparado para o Rock in Rio 2019 cercado por beacons

A startup de Curitiba adicionou recursos no aplicativo especialmente para o festival de música no Rio de Janeiro. Uma delas é o conteúdo programático. Dependendo da localização do usuário, o celular avisa qual show está passando naquele palco.

Outra função adicionada foi o botão de auxílio. Caso o usuário pressione o botão, alguém da equipe do Veever vai ao seu encontro. Nesse caso, aparece no dashboard da equipe, em um tablet, a localização exata do solicitante. O smartphone do usuário muda de interface, ele deverá levantá-lo com a mão para que a pessoa do Veever o localize mais facilmente. E, para saber que aquela pessoa chegou para auxiliá-lo, é dita pelo sistema uma palavra-chave que precisa ser falada pelo representante da startup ao usuário, aumentando a segurança. Porém, o recurso estará em fase de teste, pois precisa da Internet para seu funcionamento pleno, o que é complicado durante um evento desse porte.

Beacons

Ao todo, serão instalados 60 dispositivos Bluetooth na Cidade do Rock. Cada beacon possui um texto descritivo, que é acionado com a proximidade do smartphone, que deverá estar com o aplicativo aberto. Os dispositivos físicos aliados ao app são bastante precisos (a startup garante centímetros de precisão) e não necessitam de Internet para funcionar.

O Veever aceitou o desafio de testar sua tecnologia no Rock in Rio e, com a ajuda de parcerias, bancou financeiramente o projeto. Os dispositivos instalados, por exemplo, que custam entre R$ 50 e R$ 80 cada, foram pagos pela Inovatso Soluções em Tecnologia, empresa que também está dando apoio técnico ao projeto.

De acordo com os organizadores do Rock in Rio 2019, a estimativa é receber cerca de 2 mil pessoas com deficiência. Segundo os registros do último festival, foram computadas a presença de 23 cegos ou pessoas com baixa visão. Para o sócio-fundador do Veever, João Novochadlo, é pouca gente proporcionalmente. “Ano a ano o Rock in Rio vem melhorando a acessibilidade do evento, mas, se você analisar, é pouco. A gente espera que, com o sucesso do Veever, o festival seja mais frequentado por cegos e pessoas com deficiência visual no futuro”.

A startup

O Veever pretende minimizar os problemas de pessoas com deficiência visual e cegas para a locomoção e interação com a cidade. O aplicativo nasceu em 2015, depois que a startup venceu um Hackathon promovido pela prefeitura de Curitiba. Mas seu desenvolvimento só começou no início de 2018. Desde então, a startup vem aplicando em espaços controlados – como museus, universidades e em alguns brinquedos, para que crianças experimentem a solução. O Rock in Rio 2019 será um grande desafio. “Temos que estar preparados. Enquanto não tivermos um teste desse porte, nunca saberemos se a tecnologia funciona ou não”, resumiu Novochadlo.