A Pipe.Social divulgou os resultados do 2º Mapa de Negócios de Impacto Social + Ambiental. Trata-se de um estudo sobre o chamado setor 2.5 da economia, composto por empresas com fins lucrativos, mas que propõem gerar um impacto social e ambiental positivo. Foram analisados 1.002 negócios das áreas de Educação, Saúde, Serviços Financeiros, Cidadania, Cidades, Tecnologias Verdes espalhados por todo o País. As fundadoras da Pipe.Social, pesquisadoras e coordenadoras do mapeamento, Mariana Fonseca e Lívia Hollerbach, notaram que a tecnologia é um instrumento essencial para empresas que querem gerar impacto, pois os negócios que fazem uso dela – seja para a gestão, seja como produto ou serviço final –, tendem a atrair mais investimentos e, com isso, mais potencial para gerar escala e acessar mais pessoas que serão impactadas pelo seu produto ou serviço.

“A tecnologia é muito importante. Ela atrai mais recursos, potencializa o valor do negócio. E pensando em mobile, o smartphone é um produto que está presente em todas as camadas sociais. Ele aumenta o impacto social, pois permite atingir a base da pirâmide brasileira, ou seja, as classes C, D e E”, explica Fonseca.

As tecnologias

A pesquisa aponta o uso das seguintes tecnologias nos negócios sociais: big data (27%); inteligência artificial (26%); Internet das Coisas (22%); energias renováveis (20%); biotech (14%); chatbot (12%); blockchain (8%); realidade mista (8%); moedas virtuais (7%); impressora 3D (5%); drones (5%); robótica (3%); e outras como mobile, aplicativos e ferramentas proprietárias (21%).

Perfil dos empreendedores

No entanto, ao fazer a distinção entre gêneros, a pesquisa notou uma diferença no tipo de negócio e no tipo de tecnologia usada pelo negócio encabeçado por homens e por mulheres. Ao analisar o perfil do principal fundador dos negócios pesquisados, a pesquisa aponta que 66% são homens e 34% mulheres; 66% são brancos, 19% pardos e mulatos, 7% negros, 3% de orientais e 1% indígena. Esse empreendedor tem entre 30 e 44 anos (53%); 21% entre 19 e 29 anos; 17% entre 45 e 54 anos; e 9% acima de 55 anos.

A concentração dos negócios encontra-se no Sudeste, com 62% dos empreendimentos, sendo São Paulo a principal cidade, com 38%, seguida por Rio de Janeiro (12%), Minas Gerais (11%) e Espírito Santo (1%). Os homens ainda são maioria no quadro societário nas verticais de Cidades (57% têm apenas homens ou mais homens); e Tecnologias Verdes (55%). A presença de mulheres é maior nos negócios relacionados à Cidadania (36% têm apenas mulheres ou mais mulheres) e Educação (37%).

Mariana afirma que as mulheres fazem menos uso de tecnologias como big data, inteligência artificial, chatbot, blockchain, biotech, moedas virtuais e Internet das Coisas.

Tecnologias relevantes

A relevância da tecnologia também aparece na análise de negócios que já foram acelerados ou captaram recursos financeiros. Entre os negócios mapeados que já passaram por aceleração ao menos uma vez, se destaca quem utiliza big data, chatbot, inteligência artificial e Internet das Coisas na sua solução; entre os que já captaram investimento, destacam-se negócios que utilizam big data e inteligência artificial; entre os que estão em busca de investimento, crescem aqueles que usam tecnologias como blockchain, chatbot, energias renováveis, inteligência artificial, Internet das Coisas, moedas virtuais e realidade mista.