Direita para esquerda: Jim Zhang, country manager da OPPO no Brasil, e seu tradutor (Crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

O country manager da OPPO no Brasil, Jim Zhang, não enxerga risco de canibalização entre sua empresa e a realme – as duas marcas do grupo BBK Eletronics – no mercado de smartphones no Brasil. Em conversa com Mobile Time durante o lançamento oficial da marca com o handset Reno 7 na última segunda-feira, 19, o executivo explicou que embora sejam competidores, cada uma atua com públicos diferentes.

No caso da OPPO, a estratégia é focada no usuário que busca por celulares high-end. Já a realme busca o usuário que deseja smartphones a partir da gama intermediária.

Com presença em mais 60 países, a OPPO existe desde 2004. Começou com dispositivos como aparelhos de MP3 e na primeira geração de smartphones, ainda em 2005. Até agora acumula 500 milhões de smartphones vendidos.

Tecnologia

Em sua apresentação para o mercado de smartphones, os gestores da companhia enfatizaram bastante as parcerias com empresas como Ericsson no 5G e a Sony, em imagem: “Somos líderes em patentes: 4,8 mil em 5G; 10,6 mil em imagem; e 3,5 mil em carregamento rápido. Temos cinco centros globais de P&D e seis institutos de pesquisa nos EUA, Japão, Índia e China e um um centro de design global no Reino Unido”, disse Jixu Cai, diretor comercial da empresa no Brasil.

A companhia dá destaque ao fato de que a OPPO é a quarta fabricante de smartphone do mundo apta a construir chips de seis nanômetros, o processador neural MariSiliconX. Segundo Cai, 10 milhões de smartphones já foram vendidos com o chipset da marca.

Contudo, Zhang explicou a esta publicação que a ideia não é ser líder em chips de celulares, mas avançar em Internet das Coisas. Para isso, a companhia tem uma estratégia que incorpora o hardware com o software, ao unir chips e o ecossistema do sistema operacional ColorOS. É neste desenho a companhia foca seus próximos dez anos. O country manager explicou que a ideia é mudar a OPPO de “uma empresa de tecnologia para uma empresa de tecnologia para o ambiente”.

Brasil

Com uma estratégia mais conservadora que outros players que entraram no Brasil recentemente, a OPPO procurou estruturar bem a operação antes de iniciar suas vendas no País. Zhang está há um ano e meio no Brasil e vem estudando bem o mercado.

Tanto na conversa com Mobile Time como na apresentação do celular, o executivo demonstrou fluência no dinâmico mercado brasileiro. Além disso, o time também é bem estruturado e experiente. Há profissionais especializados do mercado que trabalharam em outras fabricantes de celular (como LG) e fornecedores de core de rede de telecomunicações.

Estratégia local

O primeiro smartphone lançado pela OPPO, o Reno 7, chega no País na versão de 128 GB e sem a conexão 5G, uma vez que o chipset escolhido foi o Qualcomm Snapdragon 680 (LTE).

Zhang explicou que, neste momento, a fabricante escolheu importar os celulares da China e não optou por fabricação local. O country manager afirmou que pretende avaliar o mercado para a expansão do portfólio. Também cogita a possibilidade de fabricação local.