Paulo Segio Rufino, pesquisador dedicado ao 6G na Aarhus University (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Embora o 6G esteja na pauta do setor de telecomunicações para 2030, o momento da sexta geração das redes celulares ainda é de desenvolvimento. De acordo com Paulo Sergio Rufino, pesquisador da Aarhus University, na Dinamarca, a padronização do 6G será discutida nos próximos dois anos: “Por enquanto estamos na pesquisa e desenvolvimento”, explicou.

Entre os consórcios e instituições que têm grupos de trabalho na sexta geração estão ITU, IEEE, 3GPP, 6G Flagship, Grupo de 6G da China e Comissão Europeia.

Com promessas de alcançar até 1 terabyte por segundo, 0,1 ms de latência, em radiofrequência de terahertz, o 6G tem como prerrogativa ser uma rede humanizada para a sociedade 5.0, que trará avanços na saúde, educação, comunicação em satélite e computação quântica.

Em painel na Futurecom nesta quinta-feira, 20, Rufino disse que a rede será: zero trust; imersiva com inteligência e cognição; com energia verde; e orquestração múltipla de serviços e telecomunicações.

Entre as expectativas de aplicações, Rufino mostrou um material em vídeo de sua universidade que demonstra simulações com: gêmeos digitais em tempo real; mobility as a service; hologramas; superfícies inteligentes e personalizadas; comunicações entre elementos e pessoas; identidade biocibernética; porto autônomo; e telas inteligentes.

Wilson Cardoso, CTO da Nokia na América Latina, acredita que o 6G avançará devido a melhorias no hardware e software. Mas também acredita que uma “das grandes promessas da sexta geração” são os sensores inteligentes, em vez dos “dummy sensors” de hoje em dia.

“Se chegamos nesse limiar, tudo o que podemos fazer em termos de saúde será mais dinâmico que os wearables que temos hoje. O cardiologista acessará as informações em tempo real. Temos que dar essa perspectiva positiva. Até porque a sociedade está envelhecendo e precisa pensar na previdência social”, disse Cardoso.

No Brasil, há dois anos existe o grupo de pesquisa Brasil 6G, criado por dez universidades, como explicou José Marcos Câmara Brito, professor titular do Inatel: “A ideia é criar uma complementaridade do perfil dos pesquisadores. Precisamos ter pessoas com perfis distintos, pessoas distintas, para criar um 6G mais amplo no Brasil”, completou.

O estudo do pesquisador e seus colegas identificou oito áreas de pesquisas no 6G: contribuições de caso de uso; novas arquiteturas de redes; convergência até a última milha; gerenciamento de rede; domínios de radiofrequência e rádios heterogêneas; inteligência artificial e computação de nuvem; zero trust; novos materiais, eficiência energética; e segurança.