Alderano Fileni, diretor de inovação e tecnologia do grupo Laser Print

Atualmente, um dos focos principais das empresas está na experiência do usuário, ou UX, na sigla em inglês. Melhorar a experiência para pegar um taxi, pedir comida ou até mesmo fazer meditação. Não importa o objetivo. Mas pagar contas nunca foi uma experiência agradável. Talvez a exceção fique para quem deixe em débito automático, apesar de sempre haver receio de o valor não estar correto ou de a empresa não debitar no mês por alguma falha. Para quem não confia no método, resta pagar uma a uma. Pensando em melhorar a UX do pagamento de contas, o Grupo Print Laser desenvolveu o aplicativo EzPay (Android, iOS). Trata-se de uma opção de gerenciamento e de pagamento de contas recorrentes e, no momento, é possível cadastrar os boletos de água, luz, gás, telefone e TV a cabo para pagamentos com cartões de crédito.

“Nosso maior concorrente não é o débito automático porque ele atinge um percentual muito pequeno da população. Existe uma cultura do brasileiro de desconfiar da conta e ele tem muito medo de ser enganado. Nossa proposta é dar comodidade e melhorar a experiência do usuário no pagamento de contas recorrentes”, explica Alderano Fileni, diretor de inovação e tecnologia do Grupo Print Laser.

Como funciona

Ao cadastrar uma conta no aplicativo, o usuário pode estipular um teto de quanto o app está autorizado a pagar por ela. Por exemplo, ele pode liberar o EzPay de pagar sua conta de gás contanto que ela não passe de R$ 190, por exemplo. Como o aplicativo costuma receber o valor final do boleto de sete a 10 dias antes do dia da fatura, ele é capaz de avisar ao usuário, via notificação push, o valor daquela que chegou. Caso não extrapole, o app faz o pagamento, normalmente, no dia do seu vencimento. Mas, caso passe, ao receber a informação, o usuário tem algumas opções: ou paga a conta naquele momento, in-app; aumenta o valor limite para que o app pague a conta na data de vencimento; ou não autoriza o pagamento. Assim, ele deverá realizar o pagamento por um outro meio. “É possível ver o pdf da conta no aplicativo e, inclusive a linha digitável, e pagar diretamente no seu banco”, diz Fileni.

Nos bastidores

Para que o app funcione propriamente, o usuário informa seu login e sua senha usados para acessar os sites de contas que ele deseja monitorar. Tudo é criptografado. Em seguida, um robô varre a Internet, entra nos sites como se fosse o usuário, acessa as contas a serem pagas e envia ao usuário pelo app os pdfs das contas. “Tudo em um ambiente seguro e já em conformidade com a Lei de Informática e com a Lei Geral de Proteção de Dados”, garante o diretor de inovação e tecnologia do Grupo Print Laser.

Início e futuro

O aplicativo começou a ser pensado ainda em 2017. No ano seguinte, conseguiram a parceria com a bandeira Visa e a Getnet. Em fevereiro deste ano lançaram o MVP para alguns clientes e, em setembro, o grupo Print Laser lançou oficialmente o EzPay.

Nesse curto prazo de tempo, o app saiu de 200 usuários para mais de 1 mil que já baixaram a solução. Atualmente, contam com 50-60 clientes que acessam o app todos os dias e estão transacionando R$ 500 mil em contas a serem pagas no app. “Esperávamos alcançar 1 mil usuários no final de 2019, então, estamos até melhor do que projetamos.”

A meta é chegar no primeiro ano de aplicativo, ou seja, até setembro de 2020, com 200 mil usuários. “É audacioso, mas com os convênios, as campanhas de marketing e as soluções de inteligência de dados para oferecer valor agregado ao usuário conseguiremos ganhar tração.”

Como “soluções de inteligência de dados para oferecer valor agregado”, Fileni explica que o aplicativo se serve de big data e inteligência artificial para fazer a análise de todas as contas que passam pelo aplicativo com o intuito de identificar possíveis erros de cobrança, além de fazer o cruzamento de dados com as informações das agências reguladoras desses serviços. Não à toa que, para o primeiro semestre de 2020, o EzPay vai oferecer a seus usuários insights sobre suas contas justamente para identificar possíveis falhas.

“A ideia é agregar valor ao serviço que estamos prestando. Prover soluções que possam ajudar o cliente. Temos 27 anos de bagagem de billing de telecom e temos por trás do nosso app tecnologia pesada e de ponta para provermos esses serviços de qualidade para os nossos usuários”.

Para o futuro mais distante, os planos são ambiciosos. “Queremos ser uma wallet e um banco digital, ajudar a liquidar débitos anteriores, fornecer linhas de credito, mas para isso precisamos ser um banco.”