Desenvolvedora de aplicativos móveis com 10 anos de história, mais de 100 projetos implementados para grandes marcas, incluindo os apps Premmia e TFSports, e cerca de R$ 30 milhões de faturamento anual, a pernambucana Mesa começa a se aventurar no desenvolvimento de seus próprios apps e plataformas digitais. A ideia é identificar problemas e demandas reais de empresas e criar soluções digitais que possam escalar rapidamente.

O primeiro projeto dentro dessa estratégia se chama Crabb, um orquestrador logístico. Ele atua como um middleware que escolhe o melhor serviço de entrega de última milha com base em um conjunto de premissas, como o tipo de produto, o endereço, o horário de entrega etc.

“Os projetos estão nascendo a partir de demandas e problemas reais”, conta André Araújo, head de inovação da Mesa

“Os projetos estão nascendo a partir de demandas e problemas reais, geralmente com clientes não têm Capex ou não querem gastar Capex com isso e preferem ter uma solução em Opex. São projetos que já nascem validados”, explica André Araujo, head de inovação da Mesa, em conversa com Mobile Time.

Atualmente, 90% da receita da Mesa provém da oferta de squads para desenvolvimento e manutenção de apps e plataformas digitais de terceiros. Com o desenvolvimento de apps e plataformas próprios, a intenção é alterar essa proporção.

A nova área dentro da companhia está sendo chamada de Mesa Ventures.

“Em dois ou três anos esperamos que entre 30% e 50% do nosso faturamento virá desses novos serviços que estamos criando. Isso vai diminuir o nosso risco. E permitirá gerenciarmos um portfólio de produtos e serviços, fazendo exits, spin-offs, operando etc”, descreve o executivo.

Redefinição estratégica e internacionalização

Essa nova frente de atuação com produtos próprios representa uma nova etapa em um processo de redefinição estratégica da Mesa que começou cerca de três anos atrás, durante a pandemia, relembra Araújo. A Mesa deixou de se posicionar como uma mera desenvolvedora de apps, para ser uma empresa que constrói plataformas digitais.

“A aplicação é só um front de contato com o cliente. Não é mais suficiente entregar apenas um front legal. A gente faz design estratégico, entramos no negócio do cliente”, descreve. “Às vezes o cliente chega querendo fazer um app e sai descobrindo que precisa repensar seu modelo de negócios”, relata.

Paralelamente, a Mesa iniciou o seu processo de internacionalização com a abertura de um escritório em Portugal, no Porto Digital instalado em Aveiro.