As teles têm um mina de ouro em dados sobre o comportamento dos seus clientes, mas ainda estão aprendendo a extrair valor desse ativo, por meio de ferramentas de big data. Pelo menos duas áreas das operadoras serão as principais beneficiárias disso: planejamento de rede e marketing, na elaboração de promoções e desenvolvimento de ofertas e produtos. É o que se conclui a partir do painel sobre o tema realizado nesta quarta-feira, 21, no seminário "CEM, Big Data & Analytics in Telecoms", realizado pela Informa, no Rio de Janeiro.

A TIM, por exemplo, já está usando big data para o planejamento da sua rede 4G e espera adotá-lo também para o direcionamento de suas ofertas. "Hoje temos dificuldade de avaliar o resultado de determinada oferta. Algumas delas são massivas, sem público específico, e são difíceis de medir. Com big data se consegue no curto prazo, com ferramentas apropriadas, direcionar não apenas o lançamento delas mas também medir o seu impacto", disse Flávio Alex Silva, gerente de garantia de receita da TIM.

Jorge Koreeda, consultor da Oi, concorda: "Fazer análises em tempo real é importante para o marketing, não apenas na preparação de um lançamento, mas também no decorrer de uma campanha". E acresecenta: "Informações que antes demoravam semanas para serem obtidas, hoje conseguimos em poucas horas ou mesmo minutos. Podemos saber, por exemplo, a distribuição de aparelhos que suportam 4G. Isso é relevante para  o planejamento de rede, para saber aonde construir ou expandir."

Silva, da TIM, aposta que, no futuro, o big data poderá ser uma fonte de receita para as operadoras, conforme as informações possam ser formatadas e utilizadas por terceiros, de outros setores.

Os dois executivos, porém, alertam que faltam profissionais especializados em big data no mercado brasileiro. Muitas vezes as teles precisam importar pessoal de outros países. São profissões novas, como a de cientista de dados e a de arquiteto de dados.