O crescimento lento de novas assinaturas de 5G em 2022 levou a Omdia a reduzir em 7,2% suas previsões para conexões de quinta geração em 2023, o que representa aproximadamente 150 milhões de assinaturas a menos do que previsto anteriormente. A indústria deve recuperar essa perda a partir de 2025, quando as condições do mercado global melhorarem.

O 5G ainda tem um ritmo de crescimento menor comparado à sua tecnologia antecessora. Em 2022, a quinta geração ganhou 446 milhões de assinaturas, contra 592 milhões do 4G. Apenas 31% das operadoras móveis ofereciam 5G no ano passado. A expectativa é que essa parcela suba para 59% até o fim de 2023. Até 2027, o 5G será responsável por 5,9 bilhões de assinaturas, uma penetração populacional de 70,9%.

De acordo com análise da Omdia, múltiplos fatores contribuíram para retardar a transição para o 5G. Entre eles, estão as baixas vendas de handsets, devido ao aumento no custo de vida e inflação mundial; uma cobertura de rede deficitária; falta de aplicações específicas para o 5G; e uma percepção de que o ganho em performance é baixo.

A consultoria também destacou que uma crescente porção das conexões móveis, aproximadamente 30%, não são de handsets, mas sim de dispositivos de Internet das Coisas (IoT), wearables, tablets e notebooks. A conversão destes dispositivos para o 5G é mais lenta.

A Omdia também considerou que oferecer múltiplas tecnologias celulares ao mesmo tempo pode ter efeitos adversos na introdução do 5G, cuja implantação é complexa e com pouco retorno do custo a curto prazo. O diretor de pesquisas Ronan de Renesse defendeu que haja uma abordagem “net-zero”, com desativação das velhas tecnologias ao passo que as novas são implementadas.

Em 2027, o 4G ainda representará a tecnologia de Internet móvel com o maior número de conexões no mundo, segundo projeção da consultoria Omdia. As assinaturas de quarta geração só começarão a diminuir a partir de 2024, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira, 22.