A Nokia emitiu comunicado na manhã desta sexta-feira, 22, para esclarecer sobre investigações internas relacionadas à constatação de falha de conformidade de regras em transações da antiga Alcatel-Lucent – a companhia francesa foi incorporada pela finlandesa em 2016. Em nota, a fornecedora esclarece que apenas comunicou os possíveis fatores de risco no formulário 20-F enviado ao órgão regulador de mercado norte-americano, a Securities Exchange Commission (SEC). Segundo a empresa, o comunicado é “para esclarecer que não se espera que a investigação especificada tenha um impacto material na Nokia”. “Não temos visto evidência que possa sugerir que penalidades criminais poderiam ser aplicadas neste caso”, declara.

A finlandesa reafirma que o formulário 20-F, que conta com o balanço anual da empresa, discrimina vários riscos que poderiam potencialmente trazer algum impacto. Não significa, contudo, que a Nokia espere que sejam impactos prováveis na investigação. “Como notado no relatório anual, para garantir a conformidade completa, estamos agora escrutinando certas transações nos antigos negócios da Alcatel-Lucent. Em decorrência de abundância de cautela e no espírito da transparência, a Nokia contatou a autoridade regulatória relevante a respeito dessa revisão”, disse a empresa no comunicado. “Temos orgulho de nossa reputação como uma das companhias mais éticas do mundo e este nível de abertura, transparência e cooperação é o que se pode esperar da Nokia.”

A companhia afirmou no formulário enviado à SEC, especificamente na seção de fatores de risco, que, durante o processo de incorporação, tomou conhecimento de “certas práticas relacionadas a questões de conformidades nos negócios na antiga Alcatel-Lucent que levantaram preocupações”. A empresa diz que iniciou investigações internas e que “voluntariamente comunicou o assunto para autoridades regulatórios relevantes, com quem estamos cooperando a fim de resolver o assunto”. Em seguida, afirma que essa resolução “poderia resultar em potenciais penalidades criminais ou civis, incluindo a possibilidade de multas financeiras, que poderiam trazer efeitos adversos materiais em nossos negócios, marca, reputação ou posição financeira”. No mesmo documento, a Nokia também levanta como risco a questão de que a companhia francesa, adquirida em 2015, já teria se envolvido em “alegadas violações de leis anticorrupção”, para as quais a ALU precisou pagar multas e penalidades. “Podemos estar sujeitos a afirmações, multas, investigações ou tributações por condutas que nós falhamos ou não pudemos descobrir ou identificar durante o curso das investigações de due dilligence da Alcatel-Lucent, incluindo passivos desconhecidos ou não levantados e questões relacionadas a fraude, conformidade de comércio, não conformidade com leis e regulações aplicáveis, políticas contábeis inapropriadas ou outras atividades impróprias.”

Após a divulgação do relatório, uma forte queda das ações da Nokia foi acontecendo durante o dia em reação a esses possíveis riscos. Até o fechamento desta edição, os papéis da fornecedora tinham queda de 5,43%, mas ainda pré-fechamento do pregão da Euronext.