O Bim, serviço de dinheiro móvel lançado em fevereiro no Peru, conquistou em três meses de operação 83 mil usuários ativos. O número se refere a 31 de maio e vem crescendo em média 15% ao mês, informa Adrián Vergara, gerente geral da Asbanc, entidade que representa os bancos no Peru. Os clientes do Bim fazem em média 3,1 transações por mês. A meta é atingir 276 mil usuários até o fim do ano e 5 milhões em cinco anos. Sua proposta é atender ao público desbancarizado, que hoje representa 70% da população peruana.

O Bim é um serviço pioneiro no mundo por ser o primeiro de dinheiro móvel a unir praticamente todos os bancos e operadoras móveis de um mesmo país. Isso só foi possível por conta da pressão do órgão regulador local e pela liderança da Asbanc, espécie de Febraban peruana. Uma conta no Bim pode ser aberta de qualquer celular das três maiores operadoras do Peru (Telefônica, Claro e Entel). Outras duas operadoras de menor porte serão adicionadas em breve: Bitel e Virgin.

O serviço funciona mesmo em feature phones, pois utiliza a tecnologia USSD para a comunicação de dados. Ao abrir a conta, o usuário escolhe de qual banco deseja ser cliente. Há 34 instituições financeiras peruanas associadas ao Bim, das quais 16 estão disponíveis para os consumidores e outras 18 estão em processo de integração técnica.

São cobradas taxas dos consumidores por algumas transações, como saques e pagamentos. E os bancos remuneram as teles por cada mensagem enviada pelo sistema. Os preços acordados com as operadoras variam caso a caso, pois foram definidos por livre negociação. "No momento, esse é o nosso maior custo", informa Vergara, em conversa com MOBILE TIME após palestra na Ciab, em São Paulo, nesta quarta-feira, 22.

Em breve o Bim será integrado a um serviço de transferência de renda do governo peruano chamado Juntos, que beneficia 2 mil mulheres de baixa renda. Elas receberão seus pagamentos através dos celulares.

Internacionalização

Segundo Vergara, outros países querem replicar o modelo peruano de serviço nacional de dinheiro móvel: El Salvador, Costa Rica e Honduras estariam preparando soluções semelhantes, convergindo teles e bancos locais.