O interesse do usuário brasileiro em comprar pelo celular está crescendo. No entanto, falta às empresas fidelizar o consumidor móvel. O problema para Frederico Trajano, diretor-executivo do Magazine Luiza, é que as marcas focam no crescimento de vendas e não na rentabilidade do negócio mobile em longo prazo.

“As empresas de e-commerce têm como foco o crescimento de vendas, e não a rentabilidade. Nós vemos excesso em várias das empresas, sem agregar quanto o app ou o mobile levam clientes às lojas”, disse o executivo, mas espera uma mudança do cenário em pouco tempo. “Em um horizonte de dois a três anos, as empresas vão começar a amadurecer e a focar na rentabilidade”. 

Outro executivo, o diretor da Netshoes Fernando Zanatta, acredita que a questão “não é só vender”, mas melhorar a qualidade do atendimento. Questionado pelo MOBILE TIME se existem outras opções de desenvolvimento, como apps sem serem comerciais, Zanatta indica que sim. “Isso é branding. Tratar o cliente bem”.

Por outro lado, Trajano lembra que, no caso do varejo a venda ainda é o principal fator. “Tem que fazer o feijão com arroz primeiro”, disse o líder do Magazine Luiza. “Se 50% a 80% do meu tráfego está no mobile, mas não consegue vender por ele, é preciso repensar o negócio”.

Canal único

O diretor da Netshoes ressaltou a importância do omni channel para o varejo. “Você tem que fazer com que funcione do mesmo modo em todos os canais. No app, desktop e mobile”, afirma o executivo da empresa de artigos esportivos. “Smartphones e desktops são coisas bem diferentes. Você precisa identificar quando o usuário que tem o app vai finalizar a compra. Quando você consegue entender a responsabilidade do app, você consegue a fazer coisas mais interessantes. Mesmo que você não feche a venda no app, 60% da receita é influenciada pelo app”, completa.

Se no passado o omni channel era visto como algo complexo, hoje, com a tecnologia, isso mudou, como indica Rafael Forte, diretor de serviços da VTEX: “O canal único teve suas barreiras rompidas. Hoje o usuário pode ter conforto e conveniência. Ele pode escolher comprar online, off-line, definir pagamento e recebimento”, afirma Forte. “O primeiro desafio é trabalhar com uma cultura, como o Magazine Luiza faz. O segundo passo para ser omni channel é ter os dados dos consumidores, os dados dos produtos no seu estoque e os preços”.

Os executivos participaram da Eletrolar Show, nesta quarta-feira, 22.