A Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC, na sigla em inglês) aprovou sete associações e empresas que poderão atuar como operadoras de coordenação de frequência automatizada (AFC, na sigla em inglês) na frequência de 6 GHz. De acordo com publicação do órgão nesta sexta-feira, 23, os entes escolhidos são:

  • Qualcomm;
  • Broadcom;
  • Wi-Fi Alliance (WFA);
  • Wireless Broadband Alliance (WBA);
  • Sony;
  • Federated Wireless;
  • Comsearch.

“Esses sete requerentes de AFC agora têm permissão para gerenciar o acesso ao espectro no U-NII-5 (5,925-6,425 GHz) e U-NII-7 (6,525-6,875 GHz) na faixa de 6 GHz para pontos de acesso (access points Wi-Fi 6E e Wi-Fi 7) e dispositivos fixos (FWA), de acordo com as regras da FCC”, informou o regulador em sua nota pública. “Esta ação permitirá que  dispositivos access point e FWA implementem e expandam ainda mais o acesso, ao fornecer novas aplicações e serviços aos consumidores e empresas norte-americanos”, completou.

Antes da aprovação, as companhias e associações passaram por uma série de testes de laboratórios e públicos nos EUA, inclusive com apoio da AT&T. No Brasil, em março de 2023, o superintendente de recursos à prestação da Anatel, Vinícius Caram, afirmou que a agência avaliava a possibilidade de ter mais de um operador de AFC.

Como funciona

O papel das operadoras de AFC é similar ao de um certificador. Elas possuem normas e regras de telecomunicações para liberar os equipamentos para uso. Tanto que as sete operadoras escolhidas seguirão sendo avaliadas pelo FCC e o seu Escritório de Engenharia e Tecnologia (OET).

Com o aval do regulador, os escolhidos poderão ajudar a criar regras para o uso do Standard Power Wi-Fi, um novo padrão de Wi-Fi que permite uma cobertura 63 vezes superior ao formato atual. Uma das normas aguardadas é a garantia de funcionamento de aparelhos com Wi-Fi 6 e Wi-Fi7 com Standard Power Wi-Fi, ao mesmo tempo que as operadoras usam o espectro para links de operadora móvel de ponta a ponta e equipamentos FWA.

Nesse sistema, o AFC aloca automaticamente o canal e a intensidade de potência que um dispositivo pode usar, em tempo real, com base em pedidos dos operadores em um banco de dados de espectro centralizado. Por sua vez, a base de dados terá conhecimento dos canais disponíveis, de outros operadores próximos, e garantirá – de forma automatizada – o cumprimento das regras estabelecidas pelos reguladores de um país (nesse caso, os EUA), garantindo a atribuição independente da utilização do espectro.

Isto é vital para o gerenciamento na faixa de 6 GHz, uma vez que o sistema AFC poderá liberar a energia de equipamentos com Standard Power Wi-Fi sem interferir em serviços com acesso prioritário nessa faixa, como satélites de banda C e enlaces de rádio.

Dos EUA para o mundo

Em nota enviada à imprensa, Tiago Rodrigues, presidente da WBA, lembrou que trabalham nesse tema há quatro anos com seus associados e a OpenAFC, uma vez que o AFC é um componente importante para o uso do Standard Power Wi-Fi nos Wi-Fi 6E e 7. Afirmou ainda que o trabalho continua, uma vez que precisam levar esse formato para outros locais no mundo.

Chris Szymanski, diretor de marketing da divisão de conectividade e comunicação wireless da Broadcom, afirmou que o AFC e o Standard Power Wi-Fi possibilitarão uma melhora da experiência de conexão wireless em ambientes internos e externos, assim como ambientes de alta densidade de pessoas, como shoppings e estádios.

Crédito: imagem produzida por Mobile Time com IA generativa