A Ligga quer levar conectividade móvel para o campo através de projetos que envolvam coinvestimento de três atores: a própria operadora; os produtores rurais; e as prefeituras. 

“Acho importante e necessário as prefeituras participarem, dentro de uma política de desenvolvimento econômico e social. Já conseguimos fazer isso para as escolas públicas do Paraná”, comenta o CRO da Ligga, Rafael Marquez, em conversa com Mobile Time. 

A operadora quer começar pelo Paraná, estado em que está sediada e onde já possui uma importante presença. Ela conta com rede de fibra ótica nos 399 municípios paranaenses. E 55% da sua receita provém do mercado corporativo: as 1 mil maiores empresas do estado são suas clientes. A Ligga herdou uma carteira relevante de clientes nos segmentos de governo e de agro, provenientes das quatro empresas que deram origem à operadora: Copel Telecom, Sercomtel, Horizons e Nova Fibra. Aliás, 90% das cooperativas agrícolas que atuam no Paraná usam serviços da Ligga.

Marquez destaca o fato de o setor agrícola já contar com maquinário altamente tecnológico, com equipamentos prontos para se conectarem a uma rede sem fio, mas falta a cobertura.

“Fala-se muito em inovação no campo, mas se não houver conectividade, estaremos apenas fazendo espuma. É preciso voltar ao básico e destravar a camada de conectividade”, avalia. “Tem colheitadeira de milhões de dólares, quase um avião, mas que não está conectada. Os equipamentos já são modernos, mas precisam de conectividade”, resume.

Um pequeno produtor sozinho talvez não tenha capacidade financeira de contribuir para iluminar sua lavoura, mas se os projetos forem feitos a partir de cooperativas e com a ajuda das prefeituras, é possível encontrar um modelo em que a conta feche para todos.

O executivo ressalta que a Ligga não terá um produto “de prateleira” para a conectividade no campo: a ideia é desenhar projetos customizados caso a caso e atrair startups com serviços inovadores para serem implementados a partir da conectividade. O segredo para atrair o produtor, na sua opinião, é mostrar os ganhos de eficiência que podem ser obtidos com a tecnologia. 

Sobre a arquitetura a ser construída, uma das possibilidades, mais plausível para os grandes produtores, seria instalar redes celulares privativas, seja na faixa aberta de 3,7 GHz, seja com network slicing em 3,5 GHz.

Fórum de Operadoras Inovadoras

Rafael Marquez, CRO da Ligga, vai participar de um painel sobre conectividade no campo no 7º Fórum de Operadoras Inovadoras, evento organizado por Mobile Time e Teletime nos dias 9 e 10 de abril, no WTC, em São Paulo. Nesse painel Marquez terá a companhia de Alexandre Dal Forno, diretor de desenvolvimento de mercado IoT & 5G da TIM Brasil; Diego Aguiar, diretor de IoT e big data da Vivo; e Rodrigo Oliveira, CEO da Sol. Para ingressos e mais informações sobre o evento, acesse www.operadorasinovadoras.com.br

Crédito da imagem no alto: ilustração produzida por Mobile Time com IA generativa