| Originalmente publicado no Teletime | A Oi deu à Highline a exclusividade da negociação para a venda da Oi Móvel até o dia 3 de agosto. Ou seja, por enquanto, a proposta feita pela Claro, TIM e Vivo fica na fila. A Highline é uma empresa operadora de torres que tem por trás o fundo Digital Colony e mais um consórcio de investidores em infraestrutura. Ao contrário do que foi ventilado na imprensa, ela está sozinha na corrida pelos ativos da Oi, sem a Algar. Segundo fato relevante publicado pela Oi na noite desta quarta, 22, foi celebrado  acordo de exclusividade com a Highline, “que apresentou, por meio do assessor financeiro da Oi, Bank of America Merrill Lynch (‘BofA’), a melhor oferta vinculante, acima do preço mínimo estabelecido, para aquisição, em processo competitivo (…) da operação de telefonia móvel das Sociedades Oi (‘UPI Ativos Móveis’), na forma prevista no aditamento ao Plano de Recuperação Judicial”. Pelo acordo, “a Companhia concedeu à Highline exclusividade para, observados os termos e condições previstos no Acordo e mantidos os termos econômicos da proposta vinculante apresentada, negociar os documentos e anexos relativos à Oferta”.

Ainda segundo a proposta, o acordo visa “(i) garantir segurança e celeridade às tratativas em curso entre as Partes; e (ii) permitir que, uma vez satisfatoriamente finalizadas as negociações dos documentos entre as Partes, a Oi tenha condições de pré qualificar a Highline, na condição de ‘stalking horse’, para participação no processo competitivo de alienação da UPI, garantindo assim o direito de cobrir (‘right to top) outras propostas recebidas no referido processo”. A outra proposta foi a feita pelas operadoras Claro, Vivo e TIM e que gozava, até aqui, da preferência. Segundo o fato relevante da Oi, o acordo de exclusividade com a Highline tem vigência inicial até o dia 03 de agosto de 2020, podendo ser prorrogado mediante acordo entre as partes. A íntegra do fato relevante da Oi está disponível aqui.

O que planeja a Highline

O Teletime apurou que a Highline quer comprar a Oi inteira, da operação móvel à rede de fibra (InfraCo), passando pela unidade de torres, para a qual já fez uma oferta. Mas o plano da empresa não é ser operadora de serviços ao consumidor final, mas sim operadora de rede. A Highline desenhou um projeto inédito no Brasil, em que, se conseguir sucesso nas negociações pelos ativos da Oi, será uma operadora de rede neutra em todos os níveis. Os clientes da Oi Móvel, por exemplo, serão vendidos depois às concorrentes em um leilão estruturado, em que um dos itens será o compromisso das empresas compradoras de utilizarem a infraestrutura de torres, rádio e espectro da Oi Móvel. Idem para a InfraCo, unidade de redes de fibra da Oi com 400 mil km de rede, que está em processo de negociação e para a qual a Highline também deve fazer uma oferta.

A Highline não está fazendo essa aposta ao lado da Algar, como se veiculou. Aliás, segundo fontes qualificadas, a Algar não está no páreo da Oi Móvel, por enquanto. A empresa, que hoje opera torres no Brasil, está suportada por fundos de investimento em infraestrutura que decidiram apostar em um modelo completamente diferenciado de negócio no Brasil, o de operação de rede pura, sem competir com os prestadores de serviço na ponta. Os planos da Highline são agressivos e incluem ainda a participação em um futuro leilão de 5G, segundo apurou este noticiário.