Quando o distanciamento social passou a ser uma exigência para mitigar o contágio do novo coronavírus, o empresário Carlos Ávila se viu impedido de gravar os vídeos para sua edtech. Nessa mesma época, assistiu a uma reportagem na qual um peixeiro, para vender em meio ao caos e à crise, escreveu em uma folha de papel A4 seu número de celular com WhatsApp, fez várias cópias e entregou na vizinhança. No fim, ele disse ter vendido cinco vezes mais do que no mesmo período do ano anterior. A simplicidade da solução do vendedor de peixes inspirou Ávila a desenvolver o webapp MeuVizinho.me, uma solução “à moda Páginas Amarelas”, pensada para conectar quem está próximo e fomentar o comércio local. Depois de dois meses do seu lançamento, o webapp está presente em 400 cidades de todos os estados brasileiros. No início desta semana, chegou ao Acre e, nesta quinta-feira, 23, a Roraima. Ao todo, já são mais de 6 mil usuários cadastrados. A expectativa é de chegar a 15 mil usuários cadastrados até agosto.

“Fiz o meu cadastro na plataforma no dia 22 de maio. Na segunda, 25, fiz uma lista de transmissão e mandei para 256 amigos. Foi a minha primeira divulgação. Os cadastros começaram a acontecer e de repente vi que não eram de amigos meus. Alguns deles tinham compartilhado e funcionou. Atualmente, a cada 10 pessoas que se cadastram, 2,7 compartilham a plataforma organicamente”, explica Ávila.

Para entrar oferecendo serviços ou produtos, o usuário deve inserir nome, nome do negócio, endereço, seleciona uma categoria (ou cria uma nova), uma descrição do que vende e contatos (telefone e redes sociais).

Uma vez que o usuário encontra o que deseja no MeuVizinho.me, ele entra em contato com o profissional ou comerciante. Assim, os acordos são finalizados fora da plataforma. Ou seja, não é possível pagar in-app e não é essa a proposta do produto, assim como taxar pelo seu uso. “Nosso estatuto é nunca cobrar de quem anunciar e nunca cobrar de quem consumir dos vizinhos. Não queremos ser o intermediador do negócio. Nosso papel é te apresentar à dona Maria que faz o bolo e você ter o zapp dela. É fazer o papel da lista telefônica do passado e ver quem está ali perto. É aproximar as pessoas”, explicou o idealizador.

Carlos Ávila, idealizador da plataforma MeuVizinho.me

É possível escrever comentários negativos ou recomendações positivas. Quem recebe não tem poder de editar, mas pode enviar aos desenvolvedores da plataforma para a gente avaliar se é de má fé. O consumidor não. Ele é oculto. – por questão de segurança, quem consome é oculto. Só aparece na hora de fazer o negócio. O MeuVizinho.me mapeia raio de 12 quilômetros da casa da pessoa. Entre as próximas funcionalidades já previstas está a opção de localização de um raio de 1km a 70km.

Em breve, a plataforma também poderá ser encontrada nas lojas de aplicativos Google Play e App Store.