A In Loco Media pretende começar a vender seu inventário em publicidade móvel até o fim do ano nos EUA e na Europa. A empresa brasileira já alcança 3 milhões de usuários nos EUA e 2 milhões na Europa. E espera chegar a 5 milhões em cada um desses mercados nos próximos três meses, o que garantiria uma base suficiente para iniciar a comercialização de seu inventário.

Para alcançar esses números, a In Loco conta com uma equipe de executivos trabalhando no exterior, mais especificamente na França, na Alemanha, em Israel e nos EUA (São Francisco e Nova Iorque). A missão deles é firmar parcerias com aplicativos internacionais com atuação global: o alvo são títulos com mais de 20 milhões de usuários no mundo. A empresa quer convencê-los a adotar seu SDK, para que suas audiências sejam agregadas ao inventário da In Loco. Ao mesmo tempo, todos os apps que incluem seu código passam a automaticamente colaborar com o mapeamento de pontos de interesse em ambientes fechados, a partir da tecnologia desenvolvida e patenteada pela própria In Loco. No Brasil, está presente em 600 apps que somam 60 milhões de smartphones, que juntos mapearam 6 milhões de estabelecimentos comerciais nacionais. Nos EUA e na Europa a In Loco já mapeou 1,5 milhão de lugares.

Os planos da companhia são ambiciosos. Seu faturamento, projetado para alcançar R$ 50 milhões este ano, deve dobrar ou até triplicar em 2017, saltando para algo entre R$ 100 e R$ 150 milhões, estima André Ferraz, CEO e um dos fundadores da In Loco. A longo prazo, sua meta é que a In Loco figure entre os grandes nomes do mercado mundial de mobile advertising, hoje dominado por Google e Facebook.

Cabe ressaltar que a atuação internacional não se dará apenas com a venda direta do seu inventário em sua rede de publicidade móvel, cujo principal atrativo é o tratamento da informação da localização. A In Loco também está oferecendo o acesso ao seu inventário através de uma recém-lançada ad exchange própria, à qual DSPs internacionais podem se plugar livremente.

"Preferimos ter margem menor mas estar em várias campanhas publicitárias do que ficarmos restritos apenas àquelas que trabalham diretamente com a In Loco", diz o executivo. Seu principal atrativo é a localização em ambientes fechados, algo que outras redes não conseguem com a mesma precisão, principalmente porque há um problema de fraude: boa parte dos dados de localização fornecidos hoje por publishers no marketing programático são falsos, afirma.

Enquanto isso, a expansão para a América Latina ficou para depois. Provavelmente será feita através de representantes comerciais, terceirizando o trabalho. "Concluímos que o esforço para entrar no México seria quase tão grande quanto o de entrar na Inglaterra, que é um mercado maior. Entendemos que a América Latina, apesar da proximidade e da língua, não valia tanto a pena. Então resolvemos focar nos EUA e na Europa, que serão nossos pontos de entrada internacional", justifica Ferraz.

Privacidade e legislação internacional

Para atuar no exterior, a In Loco precisou também adaptar a sua operação a requisições regulatórias de outros países, especialmente no que diz respeito à privacidade e à gestão dos dados coletados. Nos EUA, tal como no Brasil após o Marco Civil da Internet, os dados precisam ser tratados de forma anônima, o usuário deve dar opt-in para a captura da localização e a qualquer momento pode ser solicitado o opt-out e a exclusão das informações armazenadas. Na Europa, porém, há restrições ainda mais rígidas em alguns países. Na Alemanha, por exemplo, não se pode armazenar a localização. Para se adaptar a essa legislação, a In Loco alterou a forma como trata esse dado: em vez de registrar a posição de um usuário, ela interpreta seu significado, o que, no fundo, é o mais importante para o seu negócio. Em outras palavras: em vez de guardar que determinado usuário esteve no ponto A e foi para o ponto B, o que interessa mesmo é se ele esteve dentro de uma drogaria ou de um estádio de futebol, sem discriminar exatamente quais ou aonde. Esse tipo de informação é extremamente valiosa para uma rede de publicidade móvel, pois permite a segmentação das campanhas de acordo com determinados hábitos dos consumidores. A adaptação da plataforma da In Loco já está pronta: falta agora apenas atualizar o código nos apps parceiros.

"Foi bacana entender e conhecer isso, porque sabemos que a regulamentação de privacidade vai ficar cada vez mais rigorosa. Da forma como solucionamos, conseguimos entregar o mesmo serviço sem precisar capturar a localização em si. É mais seguro", comenta Ferraz.

Dados

Além da receita publicitária, a In Loco prevê que terá uma fonte alternativa de monetização com big data. Os dados coletados de sua base de usuários podem servir para as mais diversas finalidades. Uma das possibilidades é utilizar a localização para validar compras presenciais com cartão de crédito, coibindo fraudes no setor financeiro.

A identificação por localização será tema de palestra do diretor de desenvolvimento de negócios da In Loco Media, Rodrigo Junco, em painel sobre novos camihnos para a autenticação pelo telefone celular, durante o 9º Forum Mobile+, em outubro, em São Paulo.

Forum Mobile+

O Forum Mobile+ acontecerá nos dias 4 e 5 de outubro, no auditório do WTC, em São Paulo. O primeiro dia será dedicado ao varejo móvel e o segundo, a serviços financeiros móveis. Entre os palestrantes confirmados já há CEOs e diretores de empresas e entidades como Banco do Brasil, McDonald´s, Koni Store (Grupo Trigo), Oi, Vivo, TIM, Banco Neon, GuiaBolso, GSMA, Easy Taxi, Blablacar, eSEC, entre outras. A programação atualizada está disponível no site do evento: www.forummobile.com.br

O evento é organizado pela Converge Comunicações e promovido por seus veículos MOBILE TIME, TELETIME e TI INSIDE. As inscrições podem ser feitas no site do evento ou pelos telefones 0800-77-15-028 e 11-3138-4619 (entre 10h e 18h).