O advento das redes 5G e o aumento significativo da produção de dados pelos dispositivos conectados vai demandar mais inteligência e capacidade de processamento na borda das redes, alerta o professor da USP e membro do IEEE Marcelo Zuffo, em entrevista para Mobile Time.

“No 5G o volume de dados será explosivo e a única forma de tratá-los será na borda, não na nuvem”, comenta Zuffo. “Só 5% das informações que a humanidade gera são armazenadas e apenas 1% é tratada. No futuro, com 5G, talvez 1% será guardada e 0,01%, tratada”, prevê.

As ERBs das redes celulares, portanto, ficarão mais inteligentes. Possivelmente, serão dotadas de inteligência artificial para processar boa parte dos dados gerados por smartphones e outros dispositivos, sem a necessidade de trafegá-los para além da borda.

Ao mesmo tempo, o armazenamento de dados digitais estão possibilitando projetos antes inimagináveis. Zuffo cita como exemplo o caso da catedral de Notre Dame, na França, que, após um incêndio, está sendo reconstruída graças aos dados em 3D previamente coletados pela equipe que desenvolve o jogo Assassin’s Creed. “Se um dia o Sol engolir o planeta Terra, não duvido que poderemos levá-lo digitalizado para outro planeta”, prevê.