Duas novidades da Apple apresentadas nas últimas semanas geraram intenso burburinho no mercado sobre seus possíveis efeitos na indústria móvel. Primeiro o Apple Pay, solução de pagamento móvel que mescla NFC e leitor de digital, com o elemento seguro no hardware e não no SIMcard. E depois o Apple SIM, chip embarcado nos novos tablets da fabricante e que permite ao consumidor contratar planos de dados de curto prazo, selecionando as operadoras de maneira à la carte. Enquanto o Apple Pay deixou as operadoras de fora do negócio, o Apple SIM aponta para uma futura redução nas vendas de SIMcards. Entretanto, há também efeitos positivos para a indústria de SIMcards, que foram destacados pelo CEO da Gemalto, Olivier Piou, nesta quinta-feira, 23, junto com a divulgação do balanço financeiro da empresa no terceiro trimestre.

Basicamente, a Gemalto entende que o advento do Apple Pay terá um saldo favorável para a indústria de chips ainda que o elemento seguro não esteja no SIMcard porque vai fomentar o mercado de pagamentos móveis em geral, assim como o de comunicação por NFC. De fato, a comunicação de dados por proximidade ainda não deslanchou no mundo e, para muitos analistas, isso só aconteceria depois que a Apple aderisse a tal tecnologia. Quanto mais devices com elemento seguro embarcado por aí, melhor para empresas como a Gemalto.

Quanto ao Apple SIM, trata-se de uma solução de SIMcard embarcado que requer não apenas um chip tradicional, mas também uma plataforma para gerenciamento de assinaturas. A Gemalto tem experiência desde 2011 com SIMcards embarcados em módulos de comunicação entre máquinas (M2M). E a empresa pode ser a fornecedora da plataforma de gerenciamento de assinaturas, que ela chama de "On-Demand-Connectivity".