Dei um Tempo:

Plataforma que ajuda usuários a combater o consumo excessivo de álcool, tabaco e carne, a Dei Um Tempo (Android, iOS) planeja avançar para o segmento B2B neste ano. Em conversa recente com Mobile Time, o CEO e fundador da empresa, Marcos Tartuci, explicou os próximos passos da companhia.

“Hoje, nós temos clientes B2C. Começamos neste segmento para ter uma prova social para depois levar às empresas. Devemos começar o projeto de atendimento do segmento B2B no começo de 2022. Mostraremos o Dei Um Tempo para os gerentes de recursos humanos”, diz o executivo.

Criado no segundo semestre de 2021, em plena pandemia do novo coronavírus, e a partir da experiência de seu fundador no combate contra o alcoolismo, o serviço é “uma jornada específica para contar o que cada pessoa sofre diariamente, a falta de diversão, e como falar para os amigos que não bebe mais”, explica Tartuci.

Como funciona

Para usar o app, o usuário deve se inscrever e fazer um teste. Dentro da plataforma, ele acompanha vídeos, podcast, meditação e um questionário para avaliar como está a saúde da pessoa, uma jornada que dura 15 minutos por dia. Esses materiais são produzidos por uma equipe própria e multidisciplinar do aplicativo, além de serem divididos em álcool, carne e tabaco. O app também possui uma comunidade em que os usuários podem se engajar, trocar experiências e incentivar uns aos outros.

Ao todo, os programas para reduzir o vício duram 60 ou 90 dias e custam R$ 200 e R$ 300, respectivamente. Tartuci explicou que haverá um novo programa para uma jornada anual em breve, mas afirmou que uma vez que o consumidor assina o app o seu acesso é vitalício: “Ele nunca vai sair dali. O que acontece é que ele continua atuando (dentro do app)”, completa.

Com receio de muitos abandonarem o desafio de largar o vício, o Dei um Tempo tem um sistema de gamificação que pontua os usuários para cada tarefa que faz na comunidade. E caso a pessoa não use a plataforma até às 16h, um push é enviado para o usuário e a comunidade engaja para ele voltar e não desistir.

Os pontos obtidos pelos usuários poderão ser usados em marketplace que será lançado neste ano.

Chatbot

Outra tecnologia inserida na Dei Um Tempo é a robô de conversação Amara. Funcionando via WhatsApp, Amara tem um fluxo de relacionamento com o usuário. Nos primeiro oito dias, a robô manda mensagens para a pessoa não desistir, algo que Tartuci apelida de Síndrome do Bungee Jump: “O consumidor flerta com o parar (de usar álcool, tabaco ou carne), mas quando chega na plataforma quer desistir”, afirma.

Amara ainda tem um fluxo de mensagens para acompanhar o cotidiano do usuário com perguntas automatizadas. A pessoa responde. Se alguma resposta fora do comum aparecer, a equipe do Dei Um Tempo é comunicada e entra em contato com o usuário, inclusive com apoio psicológico.

Experiência

No final de 2021, a Dei um Tempo tinha aproximadamente 700 usuários, dos quais 25% se engajam ativamente (entre 15 e 45 minutos por dia). Tartuci explica que a jornada que mais funcionou foi em álcool, seguida da tabagista: “A razão disso é que encontramos uma comunidade muito forte no álcool. As pessoas se engajam mais no álcool. O tabagista é mais cético, ele é mais reticente – tivemos mais de 60 pessoas que pararam de fumar”, relata o fundador.

Futuro

A companhia espera alcançar seu breakeven em 2023 e está em momento de cash burn com dinheiro obtido de investidores-anjo, em especial Sergio Furio, CEO e fundador da Creditas. Tartuci programa ainda obter mais capital em nova rodada de investimento para poder dar escalabilidade e investir na plataforma e no desenvolvimento de novas verticais, como burnout.