A lei de acesso à informação, que entrou em vigor este mês, está sendo cumprida aos poucos pelas diferentes esferas de governo e poderes. Enquanto cada órgão corre para se estruturar e ser capaz de prover os dados aos cidadãos, seja através de requisições presenciais ou por meio de portais web, desenvolvedores se preparam para uma demanda que virá a reboque: a consulta móvel, em celulares e tablets.

Uma desenvolvedora paulista, a W5 Solutions, que já fornecia soluções para portais de transparência de prefeituras (Lei 131/2009, conhecida como "lei da transparência"), criou agora uma plataforma para que prefeitos atendam à lei de acesso à informação. Como parte do projeto, a W5 prevê a oferta às prefeituras de aplicativos móveis em iOS e Android nos quais os cidadãos poderão acessar ou solicitar os dados desejados junto aos órgãos municipais. O app móvel fará parte do pacote a ser oferecido pela W5 às prefeituras. Cabe lembrar que a lei de acesso à informação é válida para todos os municípios com mais de 10 mil habitantes.

BI

A W5 tem experiência na organização e apresentação de dados municipais. Em parceria com fornecedores de sistemas de ERP para prefeituras, como Conam e Assessor Público, a W5 desenvolveu soluções de business intelligence (BI) para alguns municípios do interior de São Paulo, como Sorocaba e Mairiporã. Por enquanto, eles se restringem ao acesso em desktops e laptops, mas está em fase de testes versões para apps móveis em Android e iOS. "Os prefeitos terão a prefeitura inteira na mão", compara Marcos Abellón, diretor geral da companhia. Programas de governo, obrigações constitucionais, receitas e despesas, arrecadação de impostos como ISS e IPTU, dados de recursos humanos, dívida ativa, contratos etc: tudo isso já é apresentado hoje na solução de BI para desktop e poderá fazer parte da versão móvel.

Segundo o diretor da W5, a segurança é garantida porque os dados ficam em nuvem. Nada é baixado para os dispositivos móveis. Além disso, o acesso aos aplicativos será controlado por senhas. De qualquer forma, com a lei de acesso à informação, a tendência a longo prazo é que o conteúdo dos portais abertos aos cidadãos seja cada vez mais parecido com aqueles de BI dos prefeitos,comenta Abellón.