O BC vê com bons olhos a entrada no mercado de criptoativos – entretanto, o banco se preocupa com a educação financeira da população, uma vez que os riscos envolvidos são altos. “A gente sabe da extrema volatilidade dos criptoativos. É difícil de conscientizar a população sobre os riscos envolvidos, que estão sujeitos à intempestividades a curto prazo”, afirmou Aristides Cavalcante, chefe adjunto do Departamento de Tecnologia da Informação do Banco Central, durante o evento virtual Ciab Febraban 2021, nesta quinta-feira, 24.

Cavalcante ressaltou o destaque para CBDCs (moedas digitais emitidas por bancos centrais) e das stablecoins (tipo de criptomoeda cujo valor é estável) por seus riscos serem mais previsíveis.

André Portilho, sócio do BTG Pactual, apontou que, como se trata de uma tecnologia relativamente nova, é preciso entender o que é possível fazer com ela antes de qualquer coisa. “Qualquer tecnologia nova traz um movimento de mercado, como a formação de bolha. Como é expansão monetária, a chance de formar bolha é grande”, disse.

Em alguns países, as CBDCs já estão mais consolidadas. É o caso da China e da Suécia, como mostrou Keiji Sakai, country head da R3. “A China está sorteando CBDCs. E na Suécia o piloto também está avançado, pois a maior parte dos pagamentos é realizada por meios eletrônicos e o dinheiro físico começou a sumir”, explicou.