O conselheiro da Anatel Carlos Baigorri, indicado a futuro presidente da agência reguladora pelo governo Jair Bolsonaro, apontou, nesta quarta-feira, 24, o que considera os principais gargalos para a implantação da conectividade no Brasil e o sucesso do 5G.

Pelo lado da oferta, o conselheiro indicou o desafio da implantação da infraestrutura, tanto no caso das torres, com nos conflitos entre as legislações federal e municipal para a instalação de antenas, como também na questão da ocupação dos postes. “Este desafio está no âmbito do conselho diretor da Anatel e também na Aneel. Grande parte das operadoras usam os postes, só que eles têm uma limitação de espaço. E o incentivo imposto pela regulamentação atual, ao longo de 20 anos, gerou uma situação de postes lotados, muitas vezes com cabos inutilizados, com lixos pendurados, o que gera problemas para diversos setores, inclusive aos usuários”, comentou, no evento online Tech Forum LATAM 2021.

Já pelo lado da demanda, Baigorri apontou o excesso de tributos no setor de telecom, o que, segundo ele, reflete diretamente nos custos, o que geraria um impacto na demanda. O outro entrave observado pelo conselheiro é a falta de informações de boa parte da sociedade sobre as potencialidades da conectividade. “Esta falta de entendimento sobre os benefícios da Internet acaba afastando a população do debate”, disse.

Neutralidade

Perguntado sobre a possibilidade de o 5G mudar a questão da neutralidade das redes, Baigorri disse “não ter essa capacidade preditiva”. “O 5G tem casos de uso que a gente só imagina o que vai ser, não sabe ao certo. Devemos esperar o problema aparecer para resolver depois. Não dá para ficar imaginando soluções para problemas que ainda nem existem”, comentou.