Pelo menos duas instituições financeiras latino-americanas (uma do Brasil e outra da Colômbia) estão realizando testes-piloto com a solução "stealth mobile", da Unisys, para a proteção de dados trafegados em seus apps, informa Leonardo Carissimi, líder da área de segurança da Unisys para a América Latina. São as primeiras experiências com o produto na região. Enquanto isso, na Espanha, um banco está testando a solução para proteger 15 apps diferentes.

A Stealth Mobile nasceu em 2013, como um desdobramento da família de soluções de segurança Stealth, que a Unisys criou originalmente sob medida para o Departamento de Defesa do Governo dos EUA. A Stealth permite a segmentação de uma rede com criptografia. São construídos túneis virtuais que protegem toda a comunicação entre dois ou mais pontos, independentemente da rede utilizada. O software é instalado no equipamento, o que permite a comunicação segura em qualquer rede. Nem mesmo tentativas de "ping" encontram retorno do dispositivo se não forem feitas através da criptografia da solução. Ou seja, qualquer tentativa de comunicação não segura é ignorada pela máquina.

"O Departamento de Defesa dos EUA tinha pessoal com níveis diferentes de direito de acesso. Alguns eram secretos, outros ultrassecretos. E os dados precisavam estar segregados, inclusive em redes separadas. Chegaram ao ponto de uma mesma pessoa ter três equipamentos na mesma mesa, para a comunicação em redes distintas", relata o executivo. Em 2005, tudo foi passado para software, com a solução Stealth, que três anos mais tarde seria disponibilizada no mercado.

Em 2013 foi criada a versão móvel do Stealth, com foco na comunicação através de apps. Ela protege totalmente os dados trafegados por um aplicativo, fim a fim, assim como as informações armazenadas em um dispositivo relacionadas àquele aplicativo. O foco principal são apps corporativos, especialmente de mobile banking e varejo, diz Carissimi.

O executivo acredita que a recente adição de criptografia fim a fim dentro do WhatsApp vai aumentar a demanda por soluções de segurança móvel em outros apps. "A criptografia no Whatsapp vai levantar a barra em termos de exigência no que diz respeito à segurança. Os usuários corporativos vão demandar isso para os apps das suas empresas", prevê Carissimi.