| Publicada originalmente no Teletime | Após finalizar a aquisição da maior parte dos ativos móveis da Oi, a TIM planeja descomissionar até 60% das 7,2 mil torres compradas durante a operação, sinalizou a empresa nesta segunda-feira, 25.

“Vamos desativar as torres por duas razões. Primeiro, porque teremos mais espectro, o que em geral exige menos torres para o mesmo nível de serviço. E segundo, na comparação das torres da Oi com o atual footprint da TIM, há uma sobreposição. No fim do dia, não precisamos de 60% delas”, afirmou o CEO da operadora, Alberto Griselli, durante conferência sobre a transação.

Com a estratégia, apenas 2,8 mil sites comprados da Oi seguem nos planos da empresa. No momento, a TIM trabalha com um cronograma de desativação das cerca de 4,4 mil torres restantes até 2030, mas já apresentou proposta de plano acelerado no qual o processo seria encerrado em 2024.

Antes disso, porém, a TIM deverá oferecer ao mercado cerca de 3,5 mil destes sites como forma de atender as exigências do Cade para aprovação do negócio. Caso não haja interessados após um período de seis a oito meses, tais estações poderão ser confirmadas no plano de desativação.

“Há uma parte das torres que podemos começar a descomissionar desde o primeiro dia e outra parte, que temos que esperar esse período que o Cade pediu. Depois disso, se não houver interesse do mercado, podemos incluir essas torres para descomissionamento”, resumiu o CTIO da TIM, Leonardo Capdeville, também durante call nesta segunda-feira. O plano de desativação dos sites comprados deve ter início no terceiro trimestre.

Economias

Junto com os 7,2 mil sites adquiridos da Oi, a TIM também reconhecerá R$ 4,1 bilhões em contratos de lease que serão identificados como dívida financeira em balanço. Com o descomissionamento de parte dos ativos, a economia dos aluguéis e de custos operacionais devem ser componentes na conta de sinergias projetadas pela empresa.

Mesmo que desativações possam significar desembolsos maiores por conta da rescisão antecipada dos contratos com as torreiras, o sucesso do plano acelerado até 2024 poderia resultar em mais R$ 300 milhões em economias extras, afirma a empresa. Dos R$ 16-19 bilhões em sinergias estimadas pela TIM, R$ 12-13 bilhões são vinculados à infraestrutura.

Pela maior parte dos ativos móveis da Oi, a TIM está pagando R$ 6,98 bilhões, mais contrato de transição no valor de R$ 251 milhões e de fornecimento de capacidade estimado em R$ 476 milhões em dez anos. A aquisição inclui não apenas as torres, mas também 16,4 milhões de clientes e 49 MHz de espectro.