Lançado há pouco mais de uma semana, o aplicativo Nuvem do Jornaleiro é mais do que um software: é um serviço over-the-top que permite acessar conteúdo de revistas e jornais em dispositivos móveis (além de computadores). A iniciativa, desenvolvida pela Gol Mobile em parceria com a Telefônica/Vivo, é digna de nota por também oferecer um modelo ao usuário: pagamento de taxa única semanal de R$ 3,49 para acesso irrestrito às publicações. Pense em uma espécie de Netflix de revistas.

O aplicativo em si tem navegação simples, com visual limpo e sem recursos avançados. Basta selecionar a publicação, tocar no botão "Ler" e o conteúdo é baixado (em buffer) em uma versão simples, em PDF, para o dispositivo. É possível ainda deixar o periódico na estante virtual, para leitura offline.

Para facilitar a vida do usuário (e, claro, obter mais receitas), a Telefônica garantiu a possibilidade de acessar o Nuvem do Jornaleiro por meio da rede móvel. Mas isso significa também que a compressão usada no PDF acaba por ser de baixa resolução. Na hora de ler em um smartphone de tela pequena, isso pode ser um problema, como de fato ocorreu algumas vezes em testes deste noticiário. A atualização 1.1.10 para a versão do iOS no dia 22 de fevereiro parece ter melhorado essa questão, entretanto, mas isso continua sem possibilidade de configuração manual.

Aliás, as configurações não permitem muitas alterações. Acessando o menu Minha Conta, há apenas a opção de configurar os países e as agências de notícias desejadas, além de modificações do perfil do usuário (como senha, e-mail). Por sinal, configurar as agências é estranho: o usuário precisa deslizar por toda a lista de países até achar o campo de escolha de editorias e idiomas.

Outro porém: falta um modo de visualização horizontal, recurso mais do que básico para a leitura de textos longos. Já que as publicações oferecem conteúdo estático em PDF, deveria ser possível poder acessar as publicações com mais possibilidades de aproximação (zoom) da tela.

O principal problema, porém, é que o serviço ainda carece de oferta de conteúdos. Mesmo tendo mais de 200 revistas e 40 jornais, faltam grandes publicações de editoras como Abril e Globo, por exemplo. Faz falta uma seção para revistas em quadrinhos, uma publicação especialmente atraente para o formato digital por não ser perecível.

Claro, ainda é cedo para bater o martelo ao falar de todas as características que o Nuvem do Jornaleiro deveria possuir. Trata-se de um aplicativo e serviço over-the-top (OTT) ainda muito novo, e com grandes possibilidades de se tornar um sucesso para os clientes da Vivo. Mas, ao mesmo tempo, é importante que a Gol Mobile e a operadora se mobilizem para evoluir a plataforma. A ideia é boa e já saiu do papel – literalmente. Falta agora pensar mais no consumo sem esse papel.

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