O aplicativo Bonuz (Android, iOS), que gerencia os programas de fidelidade das redes Domino's, Koni, Spoleto e Yoggi, processa atualmente 100 mil notas fiscais por mês, enviadas pelo app por frequentadores dos restaurantes. A expectativa da empresa é chegar ao fim do ano com 450 mil notas fiscais recebidas em média por mês. Até lá, pelo menos mais uma quinta grande rede deve ser adicionada ao serviço, somando um total de 1,5 a 2 mil lojas participantes.

A partir de um determinado valor mínimo, cada nota enviada gera um selo virtual dentro do aplicativo. Ao completar seis selos da mesma rede, o consumidor pode trocá-los por um brinde em suas filiais – no Koni, por exemplo, vale um temaki ou uma porção de rolls. Hoje, há 50 mil usuários ativos do app que resgatam entre 15 e 20 mil prêmios por mês. "60% das pessoas que completam as cartelas dizem que estão frequentando mais vezes os restaurantes da respectiva rede", diz Márvio Alencar, fundador do Bonuz.

Uma plataforma própria, criada pela Bonuz, faz a conferência das notas enviadas. Os diretores de marketing e os donos das franquias têm acesso a relatórios sobre a frequência de suas lojas e o perfil de seus clientes. É possível também criar promoções avulsas com a oferta de "mimos", para atrair mais consumidores aos estabelecimentos, mesmo sem terem completado as cartelas digitais. Além disso, pode-se desenvolver pesquisas de opinião para os usuários do app.

A empresa analisa o lançamento de outras funcionalidades no futuro. Entre as opções possíveis estão a inclusão de um canal de atendimento ao consumidor (SAC) dentro do app para cada rede e uma ferramenta para a realização de pedidos antecipados, para retirada na loja, por exemplo.

Modelo de negócios

Hoje o Bonuz funciona como um app "multilabel", ou seja, os programas de fidelidade de todas as redes participantes aparecem juntos dentro do mesmo app, cada um na forma de uma cartela separada. Se forem acrescentadas mais redes ao longo do tempo, a ideia é exibir na primeira tela apenas aquelas com restaurantes mais próximos do cliente ou com as quais ele mais se relaciona. A empresa não descarta a possibilidade de criar versões "white label" do app, para redes de grande porte que façam questão de ter seu programa de fidelidade separado dos demais.

O serviço é bancado pelos franqueados, com uma taxa de R$ 120 por mês. "Já atingimos o break-even. Hoje pagamos todas as nossas contas, o que nos dá segurança de que estamos criando um modelo sustentável", comenta Alencar. A Bonuz passou por um investimento seed no seu nascimento, cerca de um ano atrás. E agora se prepara para uma rodada série A.

História

Alencar trabalhou como executivo na área de operações com o varejo da Souza Cruz e da Coca-cola. "Sempre questionei o fato de o varejo físico estar na década passada em termos de tecnologia. Então pensamos em criar um produto tecnológico para o varejo físico. Daí veio a ideia de levar esses cartões físicos de programas de fidelidade, que já são intuitivos e de conhecimento do consumidor, para o mobile", relata o empreendedor.