O que o consumidor busca em primeiro lugar em um relógio, seja um modelo tradicional ou um smartwatch, é a expressão da sua personalidade, diz Felix Obschonka, diretor de novas tecnologias da Montblanc. Tecnologia é uma tendência entre marcas de moda, reconhece, mas antes de mais nada o produto precisa ser bonito, afinal, é algo que a pessoa veste, que fica à mostra o tempo todo.

Pankaj Kedia, executivo da Qualcomm especializado em wearables, concorda que a beleza é fundamental para um smartwatch. Outros pontos que são apreciados pelos consumidores são a duração da bateria e a possibilidade de atualizar o software do relógio ao longo do tempo, para que não fique obsoleto tão rapidamente.

A Montblanc segue trabalhando com relógios mecânicos de luxo, enquanto paralelamente lança modelos de relógios inteligentes. O mais recente usa a plataforma Snapdragon 3100, da Qualcomm. Obschonka explica que os públicos para os dois tipos de relógios são completamente diferentes, até por causa do preço: um relógio tradicional de luxo pode custar dez vezes mais que um smartwatch. Diante dessa diferença, a Montblanc entende que o smartwatch é um produto “para as massas”, disse seu diretor.

Os smartwatches estão trazendo para a marca um público novo, de gente que antes nem utilizava relógios. Segundo o executivo, entre 60% e 70% dos consumidores que adquirem seus smartwatches não usavam nenhum relógio antes.

Obschonka participou de uma mesa redonda com jornalistas promovida pela Qualcomm no MWC19, nesta terça-feira, 26, em Barcelona.