Dentro de dez anos, não navegaremos mais pelos apps instalados em nossos smartphones. Em vez disso, vamos utilizar uma interface conversacional com inteligência artificial para realizar as ações que precisamos. Essa é a expectativa do CEO da operadora alemã Deutsche Telekom, Tim Hoettges, apresentada em palestra no Mobile World Congress, em Barcelona, nesta segunda-feira, 26.

A própria Deutsche Telekom está trabalhando com uma startup americana para desenvolver um smartphone com esse tipo de interface, mas ainda sem previsão de lançamento. Será um smartphone “sem apps”, diz o executivo.

IA

A operadora alemã tem feito uma série de esforços para dominar IA e aplicá-la em sua dia a dia. Foi criado um centro de competência em IA com mais de 400 profissionais. E mais de 70 mil funcionários da companhia ao redor do mundo já foram treinados em IA.

Mais de 400 casos de uso de IA dentro da organização foram identificados até agora, desde chatbot para o consumidor final ou outro para os técnicos em campo, até sistemas com reconhecimento e análise de imagem instalados em carros para aumentar a eficiência na instalação de fibra ótica, passando por automatização de redes de acesso para economia de energia.

Recomendações

O CEO da Deutsche Telekom apontou seis recomendações para operadoras interessadas em incorporar IA em sua cultura e processos:

1) Envolver o CEO — Esse é um tema estratégico cuja decisão deve partir do líder da empresa

2) Definir papel — A operadora precisa decidir qual papel quer exercer no ecossistema de IA: vai apenas contratar um modelo de IA; ou adaptar um modelo existente; ou criar um modelo completamente novo?

3) Treinar os funcionários para usarem IA

4) Soberania de dados — Centralizar e garantir a segurança dos seus dados

5) Medir e governar — Monitorar continuamente os resultados obtidos, para ser capaz de identificar o que melhorou (ou não) com IA

6) Adotar princípios éticos no uso de IA e mecanismos que possam preservá-los