A TIM realizou nesta quarta-feira, 26, uma primeira demonstração dos testes com a tecnologia 5G anunciados pela empresa no fim de maio. Com equipamentos da Huawei e utilizando uma faixa de 100 MHz na frequência de 3,5 GHz conectada à sua rede “real” (comercial), a operadora alcançou velocidades de download próximas a 1 Gbps. O piloto foi realizado em Florianópolis (SC) ao lado da organização de pesquisa e desenvolvimento Fundação CERTI.

Durante a demonstração acompanhada pela imprensa foram alcançadas taxas de download de até 951 Mbps e upload de 71,8 Mbps. No caso do download, patamares superiores a 1 Gbps já foram atingidos pela companhia, enquanto taxas de upload de até 300 Mbps são projetadas na medida que o ecossistema 5G se desenvolver. Uma comparação com o 4G também foi realizada durante o piloto, com dois dispositivos móveis da Huawei fazendo download simultâneo de um mesmo jogo com 1,7 GB: a velocidade do aparelho conectado à rede de quinta geração foi quase dez vezes maior ao da oferecida pela LTE. Uma demonstração de chamada holográfica em tempo real em FWA (rede fixo-móvel) também ocorreu.

Para o trial, foi instalada uma célula 5G da Huawei na mesma torre de telecomunicações que já atendia a CERTI (a sede do centro de P&D fica dentro do campus da Universidade Federal de Santa Catarina, a UFSC). “Não fizemos uma rede apartada ou um laboratório. Estamos rodando na rede real, a mesma do 4G, conectados com nosso gateway em Maringá (PR) e ao controle em Curitiba”, afirmou o diretor de engenharia de rede da TIM, Marco di Costanzo.

Segundo o executivo, demonstrações dos outros dois projetos-piloto planejados pela companhia devem acontecer em breve. Além da CERTI em Florianópolis, a operadora também tem testes em Campina Grande (PB), onde a Nokia e o Núcleo Vitua são as parceiras; e em Santa Rita do Sapucaí (MG), com tecnologia da Ericsson e ao lado do Inatel. Conforme atesta Costanzo, ainda não foram identificadas diferenças de desempenho entre as fornecedoras.

Um modelo similar de desenvolvimento do 5G está sendo aplicado pela Telecom Italia (controladora da TIM) no país europeu: lá, testes estão sendo realizados nas regiões de Torino, Bari e San Marino – ao lado de Ericsson, Huawei e Nokia, respectivamente. Um ecossistema com mais de 50 parceiros entre empresas, universidade e órgãos públicos também foi montado em solo italiano. De acordo com executivos da empresa brasileira, uma colaboração tecnológica com a matriz deve acelerar o desenvolvimento do 5G por aqui.

Costanzo nota que a jornada tecnológica da TIM rumo ao 5G está em curso, com previsão de lançamento de redes pré-comerciais já no ano que vem, após o leilão de frequências de Anatel previsto para março próximo. Já redes comerciais começariam a surgir em 2021 quando considerado o prazo de cerca de um ano para limpeza do 3,5 GHz (a licença usada nos testes é temporária). Ainda assim, a empresa está convencida que eventuais interferências de sistemas TVRO na frequência não devem representar um grande impeditivo para o uso da faixa.

Entre as iniciativas de “preparação” para o 5G já adiantadas está a ampliação do número de data centers da TIM distribuídos pelo País. Segundo Costanzo, 12 estruturas que suportam o core da rede estão ativas, com previsão de se alcançar 16; já as estruturas de edge computing já somam 13 ativas e devem saltar para 21 como forma de habilitar o 5G com ajuda de data centers em “bordas” mais próximas do consumidor. Dessa forma, serão 37 os data centers amparando o serviço da companhia em 29 cidades distintas.

O jornalista viajou a Florianópolis a convite da TIM.