A Vivo afirma ter 36% de market share do 4G, com 49% da população coberta com a tecnologia. Seu objetivo é aumentar para 100 cidades cobertas com LTE até o final do ano. Ao longo do terceiro trimestre, a venda de aparelhos avançou 139%, e o tráfego 4G, 189%, em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso resultou em um aumento de 35% na receita média por usuário (ARPU) em dados, enquanto em voz caiu 5,3%. No total, o ARPU do usuário móvel encerrou o trimestre em R$ 27,8, aumento de 14,9%. Ao contrário do registrado em 2015, quando metade do ARPU era para cada segmento, agora os dados representam 59% desse índice.

O diretor-executivo de recursos, Rodrigo Diesntmann, confirma que o foco de investimentos da companhia será na cobertura 4G e 3G. "Estamos monitorando a qualidade de rede", disse. "A posição competitiva (no mercado móvel) também ajuda, é uma mistura, mas o requerimento número 1 para Capex é ter a melhor qualidade de serviço para ter maior valor de mercado", declara.

O diretor-executivo de receitas, Christian Gebara, lembra que a abordagem também será no "cruzamento de benefícios", aproveitando as sinergias no acesso fixo após a fusão com a GVT. "Nos próximos meses continuaremos com isso, ainda não estamos em bundle agressivo de convergência", declara, sem revelar quando passará a fazer isso. "Estamos fazendo de maneira gradual, esperando o momento certo."

Estratégia

Para a Vivo, a situação do mercado de telecomunicações está tranquila. Após anunciar lucro de quase R$ 1 bilhão no terceiro trimestre, a empresa observou crescimento nas receitas de dados móveis, e agora tem objetivo de avançar na cobertura. Na parte fixa, além de conseguir aumento na fibra, a companhia antecipa um cenário mais favorável no futuro próximo, vendo com bons olhos a tendência de aprovação do PL 3453/2015, que transforma os contratos de concessão em autorização e valoriza os bens reversíveis. "Sem dúvida é na direção certa permitir vender ativos não produtivos para gerar fluxo de caixa e colocar em negócios como banda larga", disse o presidente da empresa, Amos Genish.

Pelo lado móvel, o executivo espera que o Projeto de Lei (após o substitutivo aprovado em agosto) permita a alteração do prazo de vigência do espectro de 15 para 20 anos – ou seja, poderá valer por 40 anos. "Vai ao menos garantir que o espectro continue com você e continuar sua operação de rede", declarou.

Em relação à Oi, Genish disse não ver deterioração operacional. "Acho que tem que separar entre posses legais e operação. A Oi é um competidor muito valioso, especialmente no lado móvel, e não acho que vai mudar muita coisa no cenário competitivo", disse.

Foi a última conferência de resultados trimestrais de Amos Genish. A próxima, ainda que referente à sua gestão no quarto trimestre e no acumulado de 2016, já será comandada pelo próximo CEO, Eduardo Navarro, no início de 2017. O futuro presidente da Vivo disse estar se encontrando com o time executivo da operadora, bem como em conversas com Anatel e governo. Declarou também estar familiarizado com o plano de sinergia com a GVT e a estratégia centrada em dados. "Acho que é muito sólida e vai continuar a permitir entregar resultados sólidos", diz.