No primeiro trimestre de 2023, a Samsung registrou o seu pior lucro operacional desde o primeiro trimestre de 2009, há 14 anos. O valor ficou em 640 bilhões de wons (US$ 478,5 milhões), uma queda de 95%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. A empresa sul-coreana divulgou seu mais recente balanço financeiro nesta quinta-feira, 27.

Neste período, também houve uma diminuição de 86% no lucro líquido, que somou 1,57 trilhão de wons (US$ 1,7 bilhão). É o terceiro trimestre consecutivo em que a Samsung registra queda neste resultado. A receita da empresa ficou em 63,75 trilhões de wons (US$ 47,6 bilhões), um encolhimento de 18%.

O maior impacto foi no negócio de semicondutores, tradicionalmente a divisão que mais dá lucro para a empresa. A Samsung registrou um prejuízo de 4,6 trilhões de wons (US$ 3,4 bilhões), em comparação com o lucro de 8,4 trilhões de wons (US$ 6,3 bilhões), ano contra ano.

A divisão de semicondutores sofreu novamente com a queda na demanda por chips e com o preço do componente. Durante a pandemia, fabricantes de dispositivos estocaram chips, em meio a uma alta na procura. Agora, não estão mais comprando, e sim aproveitando o momento para usar este estoque, já que houve uma queda na demanda por dispositivos.

A Samsung projeta que a demanda se recupere gradualmente no segundo semestre de 2023, porque os estoques terão diminuído até lá, necessitando de ajustes. Neste período, a previsão é de mais investimentos de data centers de larga escala, ainda que de forma conservadora. A companhia espera que lançamentos de novos dispositivos também ajudem na demanda por chips.

Negócio móvel

A divisão móvel da empresa, MX, foi um pouco mais resiliente. Seu lucro operacional, em conjunto com a divisão de redes, ficou em 3,9 trilhões de wons (US$ 2,9 bilhões), um aumento de 3%. A receita da MX foi de 30,7 trilhões de wons (US$ 22,9 bilhões), uma diminuição de 2%, em comparação com 31,2 trilhões de wons (US$ 23,2 bilhões), no primeiro trimestre de 2022.

“O mercado premium cresceu em volume e valor mesmo em meio à fraca demanda por smartphones causada por incertezas macro persistentes. As vendas cresceram e a lucratividade se recuperou para atingir dois dígitos, devido às fortes vendas de novos modelos premium, centradas no S23 Ultra, e esforços para aumentar a eficiência operacional”, explicou a Samsung.

Para o segundo trimestre de 2023, a fabricante sul-coreana espera uma recuperação na demanda por dispositivos móveis das faixas baixa e intermediária. O mercado global de smartphones deve ter um aumento ligeiro de volume, mas diminuição em valor, ano contra ano.

A companhia pretende manter as vendas da série S23 constantes, reforçando o marketing dos dobráveis. Quanto à série A, quer impulsionar a expansão das vendas por meio de programas de sell-out, focando no lançamento de produtos que oferecem uma forte experiência premium por meio de atualizações em especificações-chave. A Samsung planeja manter a lucratividade de dois dígitos por meio de esforços para uma gestão eficiente das linhas de produtos e estratégias de up selling.

Segundo semestre

Já no segundo semestre de 2023, a previsão da companhia sul-coreana é que o mercado de smartphones cresça tanto em volume quanto em valor, especialmente o segmento premium, devido à recuperação do poder de compra. Os mercados de tablets e wearables devem permanecer estáveis, à medida que o impulso inicial de crescimento diminui.

Como estratégia, a Samsung quer aproveitar seus “pontos fortes”: os modelos dobráveis, que serão renovados; e os relacionamentos cooperativos com seus parceiros. A ideia é aumentar a venda de dobráveis desde o momento do lançamento e fortalecer a liderança da companhia no mercado global de smartphones desse segmento.

Ainda para o segundo semestre, a empresa pretende expandir a participação geral no mercado de smartphones colaborando seus parceiros para a série A e sustentando campanhas de marketing para a Série S23. Para tablets e wearables, a estratégia é destacar a experiência de ecossistema premium, por meio de um evento Unpacked conjunto; e garantir uma lucratividade sólida, aprimorando o desempenho operacional.