A Auti Books (Android, iOS) é um novo serviço de audiolivros que chega ao mercado brasileiro com dois diferenciais em relação a seus concorrentes. O primeiro deles é que, no lugar de uma assinatura mensal, o usuário paga por livro baixado. O segundo é que o CEO da Auti Books, Claudio Gandelman, que é também sócio do fundo de investimentos Bronze Ventures, chamou as editoras para serem sócias da empreitada. No caso, a Intrínseca, a Record e a Sextante entraram no barco.

“O que nos motivou a criar a Auti Books foi ver que o mercado editorial não enxergava o lado das editoras. Porque a assinatura cria uma grande dificuldade financeira para elas. É preciso entender que o mercado de livros é diferente do de vídeos ou de música. A música Vai Malandra foi ouvida 320 milhões de vezes. O longa A Bela e a Fera arrecadou US$ 1,2 bilhão com cinema, streaming etc. O livro mais vendido, vendeu 600 mil cópias. Esse mercado com assinatura é perverso para a editora, que acaba ganhando algo como R$ 1,20 na modalidade de assinatura mensal de audiolivros”, explicou Gandelman.

Números

A parceria com Intrínseca, Record e Sextante não impede que no aplicativo da Auti Books haja livros de outras editoras. Há catálogos também da Cia. das Letras, LM e Universo dos Livros. Atualmente, a plataforma conta com 110 títulos e já foram vendidos ao longo dos testes mais de 100 exemplares. A meta é encerrar 2019 com 500 livros na plataforma e vender entre 30 a 40 mil exemplares por mês. “Esperamos que em um ano nos tornemos rentáveis”, diz o CEO.

A média de preço de cada item na plataforma é de R$ 30 e o catálogo apresenta gêneros literários dos mais variados, como ficção, negócios, comportamento, espiritualidade, política e autoajuda.

Potenciais leitores

Segundo Gandelman, entrar no mercado de audiolivros é também expandir a leitura. “Infelizmente, somos uma população de analfabetos e analfabetos funcionais. Apenas 8% da população tem a capacidade de ler um livro e entendê-lo. Isso representa cerca de 16 milhões de potenciais leitores. Quando vamos para o audiobook, nosso potencial se expande para 60 milhões de pessoas. É potencialmente maior. No caso do e-book no Brasil, por exemplo, é difícil porque o dispositivo custa caro e restringe o público. Mas o celular está na mão de todos. Por isso, acreditamos que temos capilaridade”.

A Auti Books também iniciou uma campanha de doação de audiolivros para quem nunca comprou um. A cada 10 títulos vendidos no aplicativo, a empresa doa um audiolivro para quem não tem acesso à leitura.