O tráfego mundial de dados móveis está crescendo puxado pelo compartilhamento de vídeos pessoais, especialmente por apps como Instagram, Vine e Snapchat. É o que percebe Zeev Rosenstein, vice-presidente de apps da Onavo, empresa que oferece o Onavo Count, aplicativo para gerenciamento de consumo de dados móveis. "O vídeo está se tornando um conteúdo nativo da mobilidade. E não me refiro apenas ao consumo de vídeo, mas à criação e ao compartilhamento de vídeos pessoais, funcionalidade cada vez mais presente em serviços de mensagens", disse o executivo, em entrevista para MOBILE TIME.

O Instagram incluiu recentemente a funcionalidade de compartilhamento de vídeos curtos, com 15 segundos de duração. O sistema da Onavo, que monitora alguns milhões de smartphones Android e iOS ao redor do mundo, notou um súbito crescimento no tráfego de dados desse aplicativo depois desse lançamento. Os números exatos serão divulgados em breve em um relatório sobre o assunto, comparando o Instagram e o Vine, rede social de vídeos. Segundo Rosensteins, o app de mensagens mais usado no Brasil hoje é o WhatsApp, que também suporta o compartilhamento de vídeos. Nos EUA, o Snapchat, rede social de fotos e vídeos, é a que cresce mais rapidamente.

"Os vídeos compartilhados pelo celular são menores do que se imagina. São vídeos pequenos, em geral com menos de 10 MB cada. No Instagram, os vídeos têm 2 MB, em média", comenta o executivo. Entretanto, são muitos vídeos e a média por pessoa vem aumentando.

Ranking de apps

A Onavo publica mensalmente um ranking dos apps mais usados no mundo, em volume de tráfego em redes móveis, de acordo com os dados coletados pelos usuários do Onavo Count. Em julho, o Facebook ficou em primeiro lugar, com uma média de 58 MB por usuário no mês. Em segundo lugar veio o Instagram (46 MB), seguido por WhatsApp (5 MB), Twitter (9 MB), Dropbox (5 MB), Facebook Messenger (7MB), Dolphin Browser (40 MB), Skype (10 MB), Pandora (49 MB) e Flipboard (6 MB). Cabe destacar que o ranking é por volume total de tráfego, não pela média por usuário. A explicação para haver apps com média mensal maior atrás de apps com média mensal menor é porque eles têm menos usuários no mundo, gerando um volume total de tráfego menor. O YouTube não aparece na lista porque o Onavo Count não consegue identificar seu tráfego e separá-lo de outros serviços de streaming de mídia, mas a empresa está trabalhando para resolver isso.

Em breve a Onavo vai começar a publicar rankings por país. Segundo Rosenstein, Facebook e Twitter aparecem em praticamente todas as listas. Mas com a segmentação por mercado surgem no ranking alguns apps de provedores de conteúdo local. Os serviços de mensagem também variam: Kakao Talk é forte na Coreia do Sul, enquanto Line aparece entre os mais populares no Japão. No Brasil e na Índia o campeão é o WhatsApp.

Outra novidade que está sendo desenvolvida pela empresa é a possibilidade de o usuário definir a extensão do ciclo de consumo de dados. Em vez de apenas mensal, será possível definir ciclos semanais ou diários, o que será útil para usuários pré-pagos, por exemplo.

De acordo com Rosenstein, o ranking de apps que mais trafegam dados no iPhone não difere daquele em Androids de alto valor, como o S4. "Quando se comparam aparelhos com preços similares, o consumo de apps é parecido", explica.

Modelo de negócios

O Onavo Count e o Onavo Extend (app de compressão de dados móveis) são gratuitos. O modelo de negócios da empresa se baseia na venda de informações sobre tráfego de apps para o mercado corporativo e na oferta de soluções de compressão de dados para operadoras.