Fotos: Gustavo Scatena / Imagem Paulista

Com o objetivo de crescer no segmento de smartphones precificados a partir de R$ 1 mil, a Samsung, líder do mercado no  Brasil, vê o momento que antecede as principais datas comerciais (Dia das Crianças, Black Friday e Natal), como uma oportunidade para crescer.

“Tivemos 48 milhões de smartphones vendidos no Brasil em 2017, segundo a IDC. Acreditamos que vamos crescer em 2018 e os smartphones da linha J fazem parte da categoria a partir de R$ 1 mil, onde queremos acelerar mais nossas vendas”, explica Renato Citrini, gerente sênior de produtos da divisão mobile da companhia sul-coreana.

A aposta nos handsets Galaxy J não é à toa. De acordo com a Gfk, 47% dos smartphones vendidos no Brasil durante o primeiro semestre foram do portfólio J. Citrini explicou que, nessa categoria, a companhia foca em inovações que os brasileiros pedem.

Pé no acelerador

Hoje com aproximadamente 15 handsets em seu portfólio, a Samsung tem uma série de opções que, em teoria, deixariam mais cara a produção. São smartphones em quatro categorias de preço: premium (com os Galaxys A, S e Note acima de R$ 2,9 mil), high (séries A e J até R$ 2,8 mil), mid (série J começa R$ 1,1 mil) e low (série J Mini até R$ 700).

O executivo foi questionado por Mobile Time se o dólar estaria afetando o portfólio e sobre a possibilidade de diminuir a quantidade de handsets. Sobre a redução, Citrini foi enfático: “Somos os únicos no Brasil a estar nas quatro faixas de preço. Conseguimos atender qualquer consumidor. Portanto, não há nenhum movimento para tirar o pé do acelerador (e reduzir o portfólio).”

A família J

Entre os diferenciais citados pelo executivo estão: mais capacidade de memória, cores exclusivas (violeta e rosa dourado, por exemplo) e maior abertura da lente que traz mais qualidade nas fotos com baixa luminosidade. Ele ressalta que grande parte dessas configurações são diferentes do resto mundo, uma vez que tem flexibilidade – e que o mercado brasileiro é importante para a Samsung – para alterar as configurações do celular ao gosto do consumidor nacional.

Sobre o dólar, ele explicou que, sim, a moeda e o câmbio influenciam as compras de insumos, mas eles buscam “não repassar” isso para o mercado. Um dos movimentos que a companhia faz para os consumidores não serem afetados diretamente pelo dólar é o controle de volumes de aparelhos fabricados e enviados ao mercado.

Estratégia

Sobre as estratégias pela companhia para alcançar esses objetivos e manter-se na liderança diante de um mercado que tem grandes concorrentes como Motorola, Asus e LG, Citrini lembra do mês promocional feito pela fabricante em setembro com o consumidor final. Além de ações  programadas com as operadoras, lojas próprias e grandes varejistas, o gerente da divisão mobile da Samsung lembra que o crescimento da categoria de trade-in (velho por novo) foi forte em 2018, mas ainda é baixo perto de outras formas de venda, como o parcelamento de smartphone junto a uma operadora.

Wearables

Sobre os vestíveis, em especial os relógios inteligentes, o executivo ressaltou que é um mercado promissor, mas, ao contrário dos celulares, a tendência atual da companhia não é para um “superportfólio”, mas um rol com poucos produtos. Vale lembrar que o portfólio 2018 ganhou uma atualização com duas versões, um produto casual (Galaxy Watch de 42mm) e outro mais esportivo (Galaxy Watch de 46mm). Entre as ações planejadas para o futuro na categoria, o gerente da Samsung explica que está conversando com operadoras para trazer versões dos novos wearables com conexão 4G (via e-SIM). Por enquanto, esses relógios são vendidos apenas com Bluetooth no Brasil.

Gear VR

Em relação à realidade virtual (VR), Citrini lembra que uma grande parcela de consumidores ganhou o óculos de realidade virtual Gear VR recentemente, com o envio do headset como brinde junto aos smartphones mais caros da Samsung (Galaxy S8 e Note 8). No entanto, ele clama por mais produção de conteúdo para “manter a roda girando” nesse segmento.

5G

Já sobre o 5G, ele acredita que demorará de um a dois anos até que o Brasil comece a receber equipamentos aptos para a quinta geração da Internet Móvel. Mais especificamente, quando tiver mais serviços e redes montadas por operadoras, talvez no final de 2019.