Desde junho passado, funcionários da Rota das Bandeiras, concessionária que administra a rodovia Dom Pedro I (SP-065), passam pelo pedágio usando o celular. Algumas das cabines de pedágio estão equipadas com uma leitora de código de barras capaz de ler um código de acesso presente em uma mensagem de texto na tela do telefone. Trata-se do teste piloto de um projeto chamado "Mobilepass", criado pela brasileira UPM2. A ideia é lançar um serviço de compra de créditos via Internet para acesso a pedágios, estacionamentos de shopping e transportes públicos por todo o Brasil usando o SMS como comprovante de pagamento.

A compra dos créditos acontecerá através do site do serviço, por meio de variadas formas de pagamento. O usuário receberá um SMS com um código, composto de três fileiras de números, que pode ser lido por máquinas que também lêem códigos de barras e QR Codes. A mesma mensagem poderá ser usada para acesso a diferentes pedágios, estacionamentos ou transportes públicos, até esgotarem os créditos do cliente. A cada utilização da mensagem é feita uma comunicação em tempo real ao sistema do Mobilepass para verificar se o consumidor tem crédito suficiente. O saldo restante pode ser visto no visor da máquina leitora ou através do envio de um SMS automático após cada transação. A integradora escolhida pela UPM2 para o envio de mensagens de texto é a Peopleway.

"Queremos combater o uso de dinheiro porque isso tem um custo alto para as concessionárias de pedágios. Elas pagam ágio para ter moedas para dar de troco. E gastam com carro-forte para transporte de valores", explica Rodrigo Petroni, sócio-diretor da UPM2. Mas as empresas parceiras precisarão fazer alguns investimentos, como a compra de novas máquinas de leitura que sejam compatíveis com a tecnologia usada pelo Mobilepass. Também será preciso ter algum tipo de comunicação com o sistema para a checagem dos créditos. Em ônibus, a solução pode ser a rede móvel. Em pedágios onde não há cobertura celular, a saída é instalar um servidor local com comunicação via satélite.

Antes do lançamento comercial do serviço, ainda faltam definir alguns pontos importantes, como o próprio modelo de negócios, que é complexo. A UPM2 pretende fechá-lo até o fim de novembro. Depois, será preciso contratar uma clearing house para repartir a receita entre os diversos parceiros do serviço.

A adoção comercial do Mobilepass no pedágio da rodovia Dom Pedro I ainda depende de aprovação da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp). Petroni, que participou esta semana de um congresso nacional de concessionárias de rodovias, está confiante quanto ao interesse de uso em estradas de outros estados.

Eventos

A mesma solução poderá ser usada para acesso a shows e eventos esportivos. Neste caso, porém, a venda aconteceria através de um site parceiro de ingressos online e cada mensagem de texto equivalerá ao tíquete para um único evento.