As companhias que estão no Brasil veem com bons olhos a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). No entanto, os executivos de tecnologia acreditam que o período para adaptação às regras seria muito curto. A LGPD passa a vigorar em fevereiro de 2020, ou seja, daqui a 15 meses. O assunto foi abordado durante painel no seminário Mobi-ID, realizado nesta segunda-feira, 26, em São Paulo.

“É uma legislação que trata do ciclo de vida da informação do cliente”, explica Marcela Miranda, head e fundadora da Trigg. “Existe uma série de pontos que precisamos adaptar e 15 meses não é o suficiente”, acrescentou.

Já Ruben Longobuco, CSO da Vivo, explicou que a empresa vai importar práticas que sua controladora espanhola Telefónica aplicou com a GDPR, a lei europeia de proteção de dados: “A LGPD  é praticamente uma cópia da GDPR. Então estamos copiando da nossa matriz da Europa algumas práticas. Faltam 15 meses para a implantação da lei. O problema é que ainda há pontos da lei que não estão claros”, comentou Longobuco.

Uso de dados

Outro tema debatido durante o evento desta publicação foi como utilizar os dados dos clientes, e, como garantir que a pessoa consiga fazer a entrada (opt-in) e saída (opt-out) de um registro com clareza. Danny Kabiljo, fundador da FullFace, acredita na necessidade de melhor comunicação das empresas com os seus consumidores. “Eu acho que o importante é a comunicação. Principalmente, como o usuário é comunicado (pelas empresas)”, disse Kabiljo. “Tem que ter opt-in e opt-out em qualquer momento. Temos que lidar com isso. Existe uma tendência positiva (de relacionamento cliente x empresa) se for bem usado”.