Huawei

Marcelo Motta, diretor de soluções de cibersegurança da Huawei

O diretor de soluções de cibersegurança da Huawei, Marcelo Motta, afirmou que o OpenRAN é, na verdade, um sistema fechado e desagregado. Durante participação no Lide Next nesta quinta-feira, 28, o executivo lembrou que não há padrão definido para a tecnologia de redes abertas.

“Muito tem se falado no Brasil a respeito de OpenRAN, eu não concordo com esse nome. Visto que as atuais soluções de estação rádio base (ERBs) dos equipamentos que vão nas torres são soluções abertas, ou seja, têm interface para se comunicar com as redes. Então, o melhor nome seria RAN desagregada”, disse.

“O que acontecerá é que os equipamentos que vão nas ERBs serão divididos em diversos componentes, a operadora vai montar essa solução para reduzir os custos. Mas é importante ressaltar que essas interfaces, quando você quebra essa ERB em diversos fornecedores, a forma de conectá-los ainda não está padronizada”, completou. “Portanto, esse Open, agora seria ‘ClosedRAN’”.

Motta afirmou ainda que o OpenRan traz um problema de desempenho, em especial no 5G, pois as operadoras precisarão de um hardware “mais poderoso” para entregar os desempenhos requisitados pelos padrões da quinta geração. Lembrou ainda que não há pilotos do OpenRAN no 5G, apenas no 3G e 4G.

Vale lembrar que o OpenRAN não tem adesão da Huawei no atual momento. Essa tecnologia surgiu como alternativa durante o governo do ex-presidente Donald Trump para bloquear os avanços da fornecedora chinesa no 5G.

Segurança

Ao comentar sobre as discussões a respeito de possível bloqueio da Huawei na tecnologia 5G devido à preocupação de supostas ameaças à segurança (promovida pelo governo dos EUA, mas sem apresentação de provas concretas), Motta colocou que “a segurança vai além da camada de telecomunicações”, e deveria ser considerada no contexto de todo o espaço cibernético.

O diretor da fornecedora ainda afirmou que espera que o grupo de trabalho de cibersegurança definido pela Anatel, o GT Ciber, será benéfico. “Vai fazer com que a gente tenha um foco grande em segurança nas redes”, destacou. (Colaborou Bruno do Amaral, do Teletime)