Jose Maria Alvarez-Pallete, CEO da Telefónica, durante o MWC 22

O mundo está entrando em uma era de “superconectividade”, caracterizada por redes de banda ultralarga, com baixíssima latência e geridas por inteligência artificial e machine learning, descreveu o chairman e CEO da Telefónica, Jose Maria Alvarez-Pallete, durante palestra no painel de abertura do Mobile World Congress 2022, nesta segunda-feira, 28, em Barcelona. Junto com essa nova etapa da tecnologia de infraestrutura de comunicação, o executivo conclamou o setor a construir um novo “contrato social” com a ciência, os governos e toda a sociedade, e que seja elaborado em torno de valores éticos, como dignidade, solidariedade, responsabilidade e sustentabilidade, listou. No seu entender, o progresso não pode ser apenas material, mas também ético.

“Estão faltando valores na tecnologia. Ela nos empodera para fazemos mais coisas, só que pode ser usada para o bem ou para o mal. A tecnologia reforça a individualidade, mas não a solidariedade e a empatia. E por isso parte da sociedade desconfia dela”, disse o executivo. “Não podemos esquecer que as pessoas  são o propósito da tecnologia, não o contrario”, acrescentou.

Papel do setor de telco

Pallete reforçou o papel importante desempenhado pelo setor de telecomunicações nas últimas décadas na transformação do mundo. “O setor de telecom mudou a vida das pessoas no mundo. Nos últimos 25 anos nenhuma outra indústria transformou tanto a sociedade”, comentou. E lembrou também da aceleração desse processo durante a pandemia. “Sem nós, o mundo teria parado durante a crise sanitária. Fizemos o nosso trabalho. Somos parte da solução”, argumentou.

O CEO da Telefónica aproveitou para repetir uma demanda antiga do setor: a de que as teles sejam tratadas com as mesmas regras e obrigações que os players over the top. “Respeitamos todos os players da nova economia mas também desejamos respeito. Queremos competir em pé de igualdade: mesmos serviços, mesmas regras e obrigações. Não queremos privilégios, mas justiça. Deixem a gente competir neste novo mundo, que também é nosso”, pleiteou.

Por fim, o executivo transmitiu uma mensagem de otimismo: “Não vivemos tempos de guerra ou conflito, mas de colaboração. Não são tempos de exclusão, mas de inclusão, de portas abertas. Estamos orgulhosos pelo que já fizemos e pelo que ainda vamos fazer.”