O CEO do grupo Millicom, Maurício Ramos, clamou para o setor de telecomunicações evitar usar termos como ‘telco’, ‘mobilidade’ e ‘cabo’ para abraçar a ideia de que é um provedor de tecnologia digital. Dando o próprio exemplo durante painel na MWC Barcelona 2022 nesta segunda-feira, 28, o executivo defendeu que o momento agora é de prover ‘infraestrutura digital’.

“Nós precisamos parar de usar palavras como telco, mobile, cabo, 4G, 5G ou 6G. Acredito que no nosso mercado, nós precisamos dizer ‘infraestrutura digital’, em especial para a digitalização em países em desenvolvimento. Porque, assim como café, bananas e tecidos, a população precisa de estradas, portos e aeroportos. Na economia física, a estrutura é física. Agora, a economia digital de Bits e Bytes precisa de infraestrutura digital. Mas só se chamarmos de infraestrutura é que vamos entender que o digital afeta todos os setores da economia. E que o impacto vai além do nosso setor. Tanto que 10% de aumento de penetração de conectividade de banda larga aumenta em 2% o PIB nesses mercados”, completou.

O executivo defendeu o conceito de ‘autoestradas digitais’ usado pela Tigo, a principal marca da Millicom na região, que é baseado em três frentes: a rede no centro; foco no cliente; e a convergência.

Para a primeira missão, ele acredita que é fundamental entregar uma ótima conectividade com velocidade, confiança e ubiquidade na rede. Para isso, as operadoras devem montar as melhores redes possíveis, através das quais a companhia adicionou mais 3 milhões de clientes e 700 mil residências.

“Se a mágica está na rede, nós precisamos estar no negócio dos ‘bits e bytes’. Porque é aquilo que as pessoas consomem na web. E o segredo para continuarmos a ser o melhor pipe é ter o custo mais baixo de produção, onde a camada de rede está. Este é o único jeito que temos para crescer com baixo ARPU, alto uso e mais penetração”, afirmou.

Durante sua palestra, Ramos defendeu ainda que o setor de telecom precisa “evoluir o pensamento como indústria”. Em sua visão, a era das operadoras com caixa cheio acabou. “Para tudo isso que falei se tornar real, acredito que é preciso colocar na mesa mais espectro para o povo. Quanto mais espectro disponível, menor é o custo, mais dinheiro será atraído para construir as autoestradas digitais e mais cedo tudo isso acontecerá”, concluiu.