Tim Cook; Apple

A Apple prevê um recuo financeiro entre US$ 4 bilhões e US$ 8 bilhões no próximo trimestre pelas dificuldades na cadeia de suprimentos na Ásia e pela invasão da Rússia na Ucrânia. A informação foi compartilhada por Luca Maestri, CFO da companhia, durante conferência com analistas de mercado sobre a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2022.

Maestri afirmou que o lockdown imposto pelo governo chinês em março deste ano – e que fechou fábricas de fornecedores da empresa, como Foxconn e Petagron – não afetou as receitas da empresa, mas acredita que isso deve acontecer no segundo trimestre de 2022. O executivo explicou ainda que devido a esse problema não pode dar uma previsão do total de faturamento para a primeira metade do ano.

“Nós acreditamos que o nosso resultado de junho será impactado por uma série de fatores. Contenção na cadeia de suprimentos causados por problemas ligados à Covid-19 e à falta de chips estão impactando a nossa habilidade de entregar a demanda de nossos produtos ao consumidor”, disse o CFO, afirmando que isso trará impacto principalmente aos consumidores chineses. “Adicionalmente, nós interrompemos as vendas na Rússia durante o mês de março. Isso trará um impacto no nosso crescimento ano a ano”, disse.

Por sua vez, Tim Cook, CEO da Apple, desenhou o cenário com dois problemas: o avanço da Covid-19 e a falta de chipsets no mercado. Dito isso, o executivo explicou que o cenário é positivo mesmo com a perda de US$ 8 bilhões, pois a maioria das empresas estão no “círculo de Xangai”, que já voltou à produção na maioria das fábricas. Também disse que está “encorajado” com o fato de que os casos do novo coronavírus estão em queda nos últimos dias nos arredores de Xangai.

Ainda assim, Cook reconheceu que o problema afetará todas as categorias de produtos: “Nós não estamos imunes a esses desafios, mas temos confiança nas nossas equipes, produtos, serviços e estratégia. Fundamentalmente, o nosso trabalho é fazer tecnologia para enriquecer a vida das pessoas e liberar o potencial criativo de toda a humanidade”, completou.

O CEO ainda descartou trazer parte da produção da Apple para os Estados Unidos, uma vez que afirmou que a produção é global e resiliente, como demonstrado nos primeiros meses do novo coronavírus. Explicou que o problema não é só da Apple, mas de todos, uma vez que a indústria como um todo está sofrendo com a falta de chips.

Cook não quis prever quando o problema da falta de semicondutores vai arrefecer.