O português falado no Brasil é extremamente diverso, com inúmeros sotaques e uma infinidade de vocabulários e expressões regionais. Entender o que o brasileiro fala, independentemente da sua origem, classe social e idade, não é tarefa fácil, mesmo para robôs. Pois é exatamente isso que a startup nacional Fintalk procura resolver. Ela desenvolveu um motor de processamento de linguagem natural (PLN) focado especialmente para voice bots com português do Brasil e que já está sendo usado por diversas grandes empresas, incluindo C&A, Stone, Cimed e Itaú Avenue. No momento, ela soma 19 milhões de atendimentos por mês e deve ultrapassar 30 milhões até o fim do ano, informa seu fundador, Luiz Lobo, em conversa com Mobile Time.

“O brasileiro não fala objetivamente, ele conta uma história. Os modelos internacionais têm dificuldade em entender o ‘brasileirês’. É preciso entender toda a estrutura da fala. Parte disso é feito com tecnologia. Outra parte depende de saber usar a tecnologia”, comenta Lobo.

A solução é desenvolvida com a ajuda de um grupo interdisciplinar de profissionais, incluindo jornalistas, antropólogos e biblioteconomistas, que auxiliam na curadoria dos bots.

A Fintalk customiza a solução para cada cliente, podendo ser combinada com outros algoritmos, para aprimorar sua precisão dependendo do caso de uso. Ela entrega o bot pronto e plugado em qualquer canal de contato com o consumidor, como URA, WhatsApp ou um webchat desenvolvido pela startup, batizado como FalaZap, por exemplo.

Segundo Lobo, a tecnologia da Fintalk tem dado bons resultados principalmente para aplicações de cobrança. A C&A reduziu em 44% os custos com cobrança ao mesmo tempo em que aumentou em 19% seu índice de pagamento com apenas dois meses depois de implementar a solução da Fintalk, relata. A farmacêutica Cimed, por sua vez, diminuiu em 25% a inadimplência nas farmácias parceiras depois que seus vendedores passaram a usar a solução.