Aos poucos, os consumidores brasileiros começarão a ver nas telas dos seus celulares vídeos publicitários no formato vertical. A tendência é puxada pelo Snapchat (Android, iOS), rede social que estimula o compartilhamento de imagens e vídeos dos usuários produzidos na vertical. Paralelamente, adnetworks móveis também oferecem esse formato de anúncio, ocupando a tela inteira do aparelho. Além disso, Facebook e Instagram estão realizando testes de vídeos na vertical.

"Quem está puxando essa onda é o Snapchat. Embora não tenha o mesmo tamanho do Instagram ou Twitter, já é uma das cinco maiores plataformas em mobile. E para o público dos millennials é maior ainda. Quem quer conversar com esse público precisa estar nessa plataforma e usar esse formato", explica Roberto Grosman, co-CEO da F.biz, agência digital que tem entre seus clientes a Unilever. "É menos uma decisão criativa e mais pragmática de estar onde o usuário estiver. E o melhor formato de anúncio é o nativo", complementa.

O Snapchat realizou alguns testes da sua ferramenta de publicidade no Brasil no meio do ano. Os testes contaram com a participação de marcas como Seda e Clear Men, ambas da Unilever. As duas veicularam vídeos na vertical com 10 segundos de duração. Para Seda, foi produzido um vídeo especialmente nesse formato para o mercado brasileiro. No caso de Clear Men, a F.biz adaptou um vídeo captado na horizontal de uma campanha global do produto.

Leila Guimarães, country manager da rede de publicidade móvel latino-americana Adsmovil, enxerga um crescente interesse por parte dos anunciantes por vídeos na vertical. "Mídia na vertical é uma tendência. Já tem gente trabalhando vídeos filmados nesse formato. As agências de publicidade estão cada vez mais produzindo e encomendando vídeos para veiculação na vertical", relata. Quase todos os 70 mil apps que fazem parte da base da Adsmovil estão preparados para exibir anúncios nesse formato, em tela cheia, informa.

Hoje os vídeos na vertical dialogam mais com o público jovem, porém, a expectativa é de que se popularizem entre todas as faixas etárias com o passar do tempo.

A captação na vertical também deve ganhar tração por conta de vídeos em 360 graus, em que o usuário "edita" a imagem enquanto gira o celular em torno do seu próprio eixo.