Podemos quase que chamar de uma revolução silenciosa: nos últimos meses temos lido e visto matérias dizendo como vai ser grande essa tal de onda móvel, que já há mais aparelhos celulares do que pessoas no Brasil, e que o pagamento mobile será o futuro das compras, etc, etc, etc. Só que muitos ainda não entenderam que esse futuro já chegou há muito tempo.

No final do ano passado, a estimativa é que o mercado de m-commerce em 2013 movimente mais de 2 bilhões de reais aqui no Brasil. Número expressivo? Para se ter uma noção do espaço que temos para crescer, só o eBay nos EUA fatura mais 5 bilhões de dólares por ano com vendas móveis em seu site!

É mais interessante ainda analisar esses números quando pensamos que esse comportamento nem se imaginava existir há alguns anos. Ser curioso, usar a busca do Google para tirar dúvidas ou procurar produtos, é algo que qualquer internauta básico hoje em dia faz muito bem. E foi identificando esse "novo" comportamento acrescido à ânsia de aproveitar promoções que o brasileiro tem, que a Netshoes criou uma estratégia para veicular anúncios com promoções personalizadas exatamente para aquela hora em que seu potencial cliente está procurando informações sobre um modelo de tênis quando está de frente a ele numa loja física no shopping. E tudo através de geolocalização. Resultado?
Aumentou em mais de 30% as conversões e ganhou um dos prêmios do Oi TelaVivaMóvel 2013 (Júri popular em localização e navegação).

Apenas uma coisa liga todos os números e cases que vimos brotando por aí: análise de comportamento. Quem analisa e entende o comportamento do seu consumidor, e sobretudo o antecipa, com toda certeza sai na frente. O varejo está aí mostrando que está entendendo muito bem como aproveitar, criando oportunidades e diferenciais.

Só que agora estamos vendo isso também sendo refletido em outros setores do mercado.

Conheci recentemente através da Internet e de artigos específicos, uma startup nascida em Cambridge que busca entender padrões de comportamento de cada consumidor com seu smartphone para entregar informações decisivas e valiosas para bancos e empresas de telefonia móvel (por enquanto) para que estes criem planos, ofertas e vantagens personalizadas para cada um desses consumidores. Através de complicados cálculos e muita matemática, conseguem identificar o risco de crédito apenas com o histórico de uso (compras, buscas e afins) de cada usuário. A Cignifi já levantou mais de U$1,5 milhão no final de 2012 e, além de Cambridge, já possui escritórios no Brasil e México.

Enquanto muitos ainda estão pensando na tal onda móvel, que pagamento mobile é o futuro, se o NFC pega ou não por aqui, já existe empresa investindo milhões de dólares analisando todo seu comportamento para entregar soluções/ofertas/promoções personalizadas. O mobile não é apenas referência para campanhas no varejo, é referência para soluções personalizadas seja em que campo for, basta focar no ser humano e não na tecnologia.

Dá pra prever o impacto disso? Nem me arrisco, mas que vai ser interessante acompanhar de perto, vai.