De acordo com o site da Variety, startups e empresas de mídia bloquearam usuários da União Europeia de acessarem seus sites e serviços desde sexta-feira passada, 25. As medidas drásticas aconteceram depois que a região passou a abraçar o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR, na sigla em inglês) e as empresas não se adaptaram a elas.

O GDPR, que entrou em vigor na sexta-feira, 25, determina uma divulgação mais clara sobre o modo como as empresas utilizam os dados de seus usuários. As empresas também precisam disponibilizar um modo para que os usuários façam o download de uma cópia de seus dados e permitir que os usuários excluam informações armazenadas.

Essas regulamentações foram aprovadas há pouco mais de dois anos, mas várias empresas claramente não estavam preparadas. O site apresenta dois exemplos de plataformas (todas com apps) que simplesmente optaram por excluir cidadãos da União Europeia de seu quadro de clientes: o Unroll.me (Android, iOS), um serviço popular que simplifica o descadastramento de e-mail, disse aos usuários europeus no início desta semana que excluiria todas as contas de seus usuários europeus e barra a abertura de novas contas. Já o web bookmarking e serviço de arquivamento Instapaper (Android, iOS) também anunciou no início desta semana que estava fechando seus serviços na Europa na sexta-feira, 25.

Já entre as empresas de comunicação, o Los Angeles Times, New York Daily News, Chicago Tribune, Orlando Sentinel e Baltimore Sun fecharam suas plataformas para usuários da Europa.

Com exceção do Los Angeles Times, que recentemente mudou de propriedade, todos os meios de comunicação citados são de propriedade do Tronc, conglomerado de mídia anteriormente conhecido como Tribune. A Lee Enterprises, uma editora que possui jornais locais em 47 mercados, também começou a bloquear visitantes europeus de seus sites na sexta-feira, de acordo com a BBC.

A solução do Washington Post foi de oferecer um pacote de assinatura por US$ 3 a mais por mês para que seus clientes possam navegar em suas matérias sem anúncio ou rastreamento.

Gigantes da mídia on-line como o Facebook e o Google passaram muito tempo se preparando para o prazo de GDRP da última sexta-feira, mas alguns defensores da privacidade estão questionando a forma como essas empresas estão implementando novas proteções de privacidade. Segundo o site da Fortune, um grupo sem fins lucrativos chamado None of Your Business (NOYB) apresentou uma queixa contra o Facebook e o Google, alegando que as empresas estão forçando os usuários a consentir no armazenamento e uso de seus dados, não lhes dando nenhuma outra maneira de acessar seus serviços.