A crise econômica vivida pelo Brasil em decorrência da pandemia do novo coronavírus reduziu em R$ 51 bilhões o volume de pagamentos realizados no segundo trimestre na rede da Cielo. Para essa estimativa, a empresa considerou que registraria entre abril e junho o mesmo crescimento anual de 8% que teve nos meses de janeiro e fevereiro. Ou seja, se não houvesse a crise, e mantido o mesmo ritmo de crescimento que vinha tendo, a Cielo iria capturar R$ 178,9 bilhões em pagamentos no segundo trimestre. Mas o resultado acabou sendo 28,5% menor: R$ 128 bilhões. Em termos de receita para a rede de adquirência, a companhia estima que deixou de faturar R$ 404 milhões.

O impacto foi percebido no balanço financeiro da empresa. Pela primeira vez na sua história a Cielo registrou prejuízo líquido: seu resultado foi de R$ 75,2 milhões negativos. Para efeito de comparação, no segundo trimestre de 2019 a empresa havia tido um lucro líquido de R$ 428,5 milhões. No mesmo intervalo, sua receita operacional líquida caiu 12,5%, para R$ 2,45 bilhões; seu Ebitda diminuiu 70%, para R$ 236 milhões; e sua margem Ebitda foi baixou de 27,8% para 9,6%.

“Houve muitas variáveis não controláveis. Com a crise as lojas fecharam e o volume do varejo caiu mais de 50%. A Cielo sendo a grande líder do mercado de adquirência tem um impacto profundo no volume de captura”, comentou o CEO da companhia, Paulo Caffarelli, em uma videoconferência sobre os resultados nesta quarta-feira, 29. “O segundo trimestre destaca o retrato da crise, mas temos certeza de que a Cielo sairá da pandemia ainda mais forte, mantendo protagonismo e ampliando sua atuação”, pontuou.

Recuperação

Os números mais recentes da empresa indicam uma gradual recuperação da economia e, consequentemente, da própria Cielo. Logo que começou a quarentena, a proporção de estabelecimentos comerciais da base da Cielo que estavam abertos era de apenas 50%. Essa proporção chegou a cair para 37% no feriado da sexta-feira Santa, dia 10 de abril, a menor proporção da pandemia até o momento. Mas desde então vem subindo e em 22 de julho 91% dos estabelecimentos comerciais estavam funcionando.

Da mesma forma, o volume transacionado em pagamentos capturados pela Cielo está gradativamente voltando a subir. Em abril, a queda era de 35,5% em comparação com os primeiros meses do ano antes da pandemia. Em maio, foi 26,5% menor, na mesma comparação. Em junho, 17,6% menor. E em julho, até o dia 22, foi 8,7% menor. “Em julho percebemos a melhora nos volumes capturados semana após semana”, disse o CEO da Cielo.