A Wappa entrou no segmento de delivery. A companhia, originalmente conhecida pelo seu app de corridas de táxis para empresas, lançou o Wappa Entregas, aplicativo para agilizar entrega de documentos ou pacotes para o mercado corporativo. O serviço está disponível em Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, por enquanto.

“Queremos oferecer mais um serviço para a nossa base de 10 mil empresas clientes. E resolvemos nos concentrar no público B2B para não perdermos o foco. Por isso, deixamos de lado o e-commerce, mas vamos voltar para esse mercado mais adiante, quando o produto estiver consolidado”, explicou o CEO da Wappa, Armindo Mota Junior, em conversa com Mobile Time. Segundo o executivo, nos dois meses de soft launch, a plataforma cresceu 150% ao mês. “É claro que começamos pequenos, mas estamos com uma adesão bem legal dos motoboys.”

A Wappa Entregas nasce com uma base de 4 mil motoboys cadastrados, presentes nas quatro primeiras cidades que recebem oficialmente nessa semana o serviço. Mas a ideia é que os 120 mil motoristas particulares e taxistas já cadastrados na empresa também realizem entregas da Wappa. Com isso, aumentam também os tipos de mercadorias que podem ser transportadas.

Futuro próximo

Em breve, o serviço de entregas da empresa estará integrado à plataforma da Wappa. Com isso, as companhias poderão ter um controle global de suas despesas com transporte de pessoas e de coisas. A integração também permitirá que pessoas físicas possam usar o serviço do Wappa Entregas.

Para os motoqueiros, que recebem em 30 dias na conta, a novidade será o pagamento de suas corridas no dia seguinte, por meio de um cartão pré-pago da Mastercard. A mudança, já adotada para os motoristas e taxistas da Wappa, acontecerá até o fim de setembro. “Muitos pensam que o motoboy é um fornecedor, mas se esquecem que ele também é um cliente nosso. E nós queremos levar benefícios para eles. Esse profissional chega a perder 50% da corrida por causa dos custos que tem de arcar. Ele precisa de liquidez, por isso andam feito loucos. Vamos levar benefícios para eles”, disse o CEO.

Para fazerem parte da plataforma da Wappa Entregas, os motoqueiros precisam ser cadastrados e MEIs.

De acordo com Mota Jr. , o modelos de negócios da Wappa Entregas será o mesmo dos outros serviços de mobilidade da empresa. A companhia cliente que solicitar o serviço será cobrada por quilômetro rodado e tempo, e a Wappa recolhe entre 15% e 20% do que o motoboy receber. Em outro momento, segundo o CEO, quando o aplicativo de entregas estiver integrado à sua plataforma, a Wappa cobrará da empresa. “Com isso, vamos desonerar o motoboy.”

Como funciona

O app seleciona o motoqueiro disponível a partir de sua localização, mas também do seu ranking e de seu nível de engajamento com a plataforma – ou seja, o quanto ele converte, se ele tem número alto de cancelamento de corridas, entre outras formas de interação com o app.

Depois de selecionar o motoqueiro, o app apresenta a lista de locais aonde ele deve ir já com o melhor trajeto a ser feito. A cada entrega, uma pessoa responsável assina o comprovante digitalmente, pelo aplicativo. No fim, a empresa recebe os recibos de entrega e o tempo que levou.

Concorrentes

Mota Jr. comenta que seu principal concorrente é a Loggi, que possui serviço semelhante. A diferença, segundo o executivo, é que a Loggi atua com mais presença no e-commerce e a Wappa se concentra no B2B. “A gente não quer ser uma Rappi, muito menos um super-app, já que isso está na moda. A gente não faz delivery. Vamos focar no B2B que é o que a gente sabe fazer”.