Graças ao avanço no segmento móvel, especialmente por conta de migrações para planos de maior valor, a TIM encerrou o segundo trimestre do ano com crescimento em receitas e no lucro. Conforme divulgou na noite desta terça, 30, no balanço financeiro, a companhia observou o desempenho no período mesmo excetuando o impacto da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a incidência do ICMS no cálculo do PIS/Cofins.

A receita líquida da empresa cresceu 2,4% no segundo trimestre, totalizando R$ 4,26 bilhões. No acumulado do primeiro semestre, o avanço foi de 2,1%, total de R$ 8,45 bilhões. A receita de serviços cresceu também 2,4% no trimestre e totalizou R$ 4,06 bilhões, enquanto em seis meses o avanço foi menor: de 1,7%, somando R$ 8,09 bilhões.

Desse total, o serviço móvel foi responsável por R$ 3,83 bilhões entre abril e junho (aumento de 1,9%) e R$ 7,63 bilhões de janeiro a junho (avanço de 1,1%). A companhia justifica que o desempenho é reflexo da dinâmica da receita média por usuário (ARPU), que registrou aumento de 5,8% no trimestre e chegou a R$ 23,2, influenciado principalmente pela migração para planos de maior valor. A operadora diz que no pós-pago houve impacto positivo com reajustes de preço, mas “limitado por conta da incidência de descontos”.

A receita gerada pelo cliente (RGC), que na prática é a de voz e conteúdo, aumentou 1,3% no trimestre (R$ 3,50 bilhões) e 1,8% no semestre (R$ 7,01 bilhões). A TIM diz que a expansão foi “limitada por um ambiente macroeconômico desafiador, de lenta recuperação, refletida nas sucessivas revisões para baixo das expectativas de crescimento do PIB (14ª vez) e na baixa confiança dos consumidores”. Afirma ainda que observou um “ambiente competitivo mais acirrado”, principalmente no pré-pago.

O segmento fixo cresceu mais: 11,3% no trimestre (total de R$ 230 milhões) e 11,5% no semestre (total de R$ 459 milhões). Somente a TIM Live foi responsável por R$ 115 milhões de receita nos três meses, um crescimento de 30,6%. Considerando o acumulado, foi de R$ 227 milhões, avanço de 32,7%.

Por sua vez, a receita de produtos somou R$ 199 milhões (2,4% acima) e R$ 366 milhões (11,5% de crescimento) no trimestre e semestre, respectivamente.

Impacto do PIS/Cofins

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) reportado mais do que dobrou no trimestre, devido a impacto de efeitos não recorrentes da decisão judicial de exclusão do ICMS do PIS/Cofins (R$ 1,7 bilhão) e da revisão do prognóstico de perdas para provisões trabalhistas e fiscais (R$ 222 milhões). Assim, o resultado foi de R$ 3,11 bilhões no período. Considerando o semestre, foi de R$ 4,61 bilhões, avanço de 56,6%.

Mas mesmo o EBITDA normalizado, sem esses efeitos, foi de R$ 1,62 bilhão, avanço de 6,2%. No acumulado dos seis meses, foi de R$ 3,11 bilhões, crescimento de 5,8%. A margem EBITDA normalizada foi de 37,9% (aumento de 1,4 ponto percentual) e de 36,8% (avanço de 1,3 p.p.). Por sua vez, o lucro líquido normalizado foi de R$ 423 milhões no trimestre, aumento de 26%. No acumulado do ano, foi de R$ 674 milhões, crescimento de 16%.

Durante o período de três meses, o fluxo de caixa operacional reportado da TIM foi negativo em R$ 1,26 bilhão; enquanto no normalizado foi ainda negativo, de R$ 209 milhões. No acumulado do semestre, também foi negativo: R$ 850 milhões. Em 2018, todos esses números foram positivos. A companhia diz que o resultado é consequência de uma variação do capital de giro mais negativa em R$ 1,33 bilhão, em grande parte devido à redução das contas de fornecedores a pagar.

O Capex da companhia no segundo trimestre foi de R$ 945 milhões, uma redução de 3,7%. No acumulado do ano, foi de R$ 1,60 bilhão, praticamente sem variação. A operadora direcionou os investimentos principalmente para projetos de TI, redes de transporte e 4G, por meio da faixa de 700 MHz e refarming de 1,8 GHz e 2,1 GHz.

A dívida líquida da empresa foi de R$ 2,59 bilhões no segundo trimestre, queda de R$ 641 milhões em relação a junho de 2018. A relação dívida líquida/EBTIDA ficou em 0,40x no trimestre, contra 0,52x no ano passado.

Operacional

A base móvel total da TIM chegou a 54,972 milhões de acessos, redução de 2,8%. A companhia diz que houve tendência de desaceleração de queda por conta da adição de novas linhas M2M, com migração de clientes da Porto Conecta e de novos clientes em Internet das Coisas.

Desse total, 33,644 milhões (queda de 10,2%) eram de pré-pagos, enquanto no pós-pago houve aumento de 11,8% e total de 21,327 milhões de contratos, atingindo o maior mix da história da empresa: 38,8% do total. A base 4G na operadora em junho era de 36,33 milhões de acessos, aumento de 16%.

Em serviços fixos, a base de telefonia aumentou 28,1% e encerrou junho com 1,006 milhão de contratos. A base de clientes TIM Live subiu 19,7% e ficou em 507 mil acessos.

Infraestrutura

No segmento móvel, a TIM destaca ter chegado a aproximadamente 280 cidades com refarming na faixa de 2,1 GHz. A empresa totaliza 3.321 cidades com 4G, aumento de 5,8%. Desse total, 1,548 eram com 700 MHz habilitados, avanço de 52,5%; e 3.235 tinham a tecnologia VoLTE disponível (avanço de 107,5%). A tecnologia 3G também aumentou: 2,6%, total de 3.195 cidades.

A empresa diz que as adições líquidas em fibra até a residência (FTTH) foram de 27 mil novos acessos no trimestre e 85 mil nos últimos 12 meses. Destaca ainda ter coberto cinco novas cidades com a rede FTTH: Duque de Caxias (RJ), Anápolis (GO) e os municípios paulistas de Francisco Morato, Franco da Rocha e Camaçari. A companhia diz que conta com 1,6 milhão de homes-passed, enquanto o FTTc tem 3,6 milhões. A oferta WTTx foi lançada em 22 novas cidades, fechando o período com 166 localidades cobertas.

Além disso, a operadora conta com 19.243 sites. Desse total, 68% utilizam backhaul de alta capacidade. O total de fibra ótica para backbone e backhaul avançou 8,1%, e a rede agora conta com 92,5 mil km.