Não é mais necessário ter um smartphone para conversar com amigos através do Facebook Messenger quando estiver longe de um computador. Na verdade, não é preciso nem sequer ter um plano de dados. A Gemalto, em parceria com a rede social, desenvolveu uma versão do serviço de mesagens instantâneas na forma de aplicativo pré-embarcado em SIMcards. Três teles latino-americanas já adotaram a novidade: a chilena Entel PCS, a argentina Personal e a colombiana Tigo. No Brasil, há negociações em curso, informa Javier Badaracco, gerente de marketing telecom da Gemalto para o Cone Sul.

O público-alvo são os usuários pré-pagos com celulares básicos, mesmo aqueles sem acesso à Internet. A ideia é que o serviço seja oferecido pelas operadoras móveis no formato de assinatura diária, semanal ou mensal, com uso ilimitado. "O único requerimento do Facebook é permitir um período gratuito para teste de 15 dias", diz o executivo da Gemalto.

A aplicação ocupa cerca de 60 Kb de espaço no chip, podendo vir embarcada em SIMcards de 128 Kb ou 256 Kb. Não é possível realizar a instalação remotamente, conhecida como "over the air" (OTA).

O Facebook Messenger é acessível através do menu do SIMcard. O usuário precisa informar seu login e senha uma única vez. Depois disso, passa a ficar online sempre que seu telefone for ligado. As mensagens recebidas aparecem em notificações em sua tela, tal como uma mensagem de texto.

Análise

Desde que decidiu priorizar a mobilidade, o Facebook vem tomando uma série de iniciativas para popularizar o seu uso em dispositivos móveis de todas as gamas. O Facebook Messenger para SIMcards se junta, portanto, a outros projetos, como a oferta de acesso gratuito (sem cobrança de dados) à rede social em operadoras de países emergentes, e o Facebook Home, que atende ao segmento de smartphones de alta gama.

O Facebook Messenger enfrenta a concorrência no celular de alguns players que nasceram móveis, como WhatsApp, Line e WeChat, mas que hoje se restringem a smartphones. Ao ampliar seu alcance para feature phones, o Facebook Messenger abraça uma parcela significativa do público que já acessa o serviço através de desktops no trabalho ou em lan houses, mas que ainda não possui um smartphone.