Rodrigo Abreu, COO da Oi

A Oi pretende comprar frequências de 5G (3,5 GHz e 28 GHz) e sobras de 700 MHz no futuro, embora acredite que a disputa ocorrerá apenas em 2021. O COO da operadora, Rodrigo Abreu, confirmou o desejo de a operadora em participar da oferta de espectro do governo federal durante conversa com jornalistas na Futurecom 2019, nesta quarta-feira, 30. Vale lembrar que a Oi ficou fora do primeiro certame de 700 MHz no passado por causa do começo de sua crise financeira.

“Temos interesse em 700 MHz, 3,5 GHz e obviamente vamos analisar o que vem nos leilões (leia-se 28 GHz)”, disse o COO. “Vamos analisar qual a forma final dos leilões para tomar as decisões corretas de: como entrar, que faixas queremos e qual a participação que nós teremos”.

Leilão

Abreu acredita ainda que a proposta de leilão do 5G, atualmente sob pedido de vista do conselheiro Emmanoel Campelo, está em seu primeiro estágio de discussão. Em sua visão, a concepção e o texto do leilão “pode mudar bastante”, pois tem uma série de avaliações a serem realizadas por órgãos como CPqD e MCTIC, além da consulta pública.

Vale lembrar, Campelo fez várias ressalvas ao texto do relator Vicente Aquino, como o fato de que múltiplos leilões podem tornar o serviço e a distribuição ineficientes. Além disso, o conselheiro acredita que a ideia de leilões do 3,5 GHz focados em pequenos provedores não teria uma grande pulverização do serviço móvel no País.

Trecho da palestra de Rodrigo Abreu, COO da Oi, no Futurecom 2019

2021

Abreu foi categórico ao dizer que o cenário para postergar o certame do 5G para 2021 é mais positivo: “Sabemos que o leilão de 5G não acontecerá na primeira metade do ano que vem. Existe uma expectativa na segunda metade do ano que vem. Mas nada impede que ele aconteça em 2021. Aliás, os meus pares todos disseram ‘se for para frente, melhor’. É óbvio que se for para frente é melhor, pois o País ainda está no retorno de investimento que fez em 4G e 4,5G”.

“O Brasil não ficará para trás se não adotarmos o 5G no ano que vem. Existe uma pressão para tentar manter competitividade, seja do ponto de vista de obter recursos para a administração pública ou manter o ecossistema de tecnologia e de geração de oportunidade vivos. Mas se ele (leilão) acontecer até o final de 2020, estará dentro do planejamento”, completou.

O COO da operadora ressaltou a proposta de valor do 4G e 4,5 G para a infraestrutura de telecomunicações brasileira. Para ele, o serviço LTE e LTE-A será complementar ao 5G, que não será uma substituição de tecnologia, como ocorreu do analógico para o 2G, do 2G para 3G e do 3G para o 4G. Em sua visão, o 5G terá um papel mais amplo, ao suportar uma grande densidade de usuários e de sensores de Internet das Coisas; multiplicar devices por bilhões; prover velocidades altíssimas e baixa latência para aplicações críticas, como aquelas para indústrias de manufatura e de telemedicina.