Atualmente, a maior tendência do mundo no mercado de Wi-Fi é o Hotspot 2.0. Mesmo com as atenções focadas na tecnologia e operação do Hotspot 2.0, a característica realmente importante, e a que ninguém realmente entende, é a possibilidade dessa tecnologia gerar dinheiro.

Hotspot 2.0 é uma especificação desenvolvida pelos membros da Wi-Fi Alliance para simplificar o processo de conexão segura com uma rede Wi-Fi e roaming entre diferentes redes Wi-Fi, efetivamente duplicando a experiência celular por meio de conexões seguras e automatizadas, tudo de acordo com a política do usuário e da operadora. A tecnologia conta com muitos parceiros fortes da Wi-Fi Alliance (WFA) em busca de certificação pelo programa Passpoint™, e outras empresas como a Wireless Broadband Alliance (WBA) para interoperabilidade.

Com o Hotspot 2.0, uma imensa rede de pontos de acesso Wi-Fi aleatórios será criada usando uma rede de interconexões. Consequentemente, o usuário poderá migrar entre redes Wi-Fi em qualquer lugar. Com o Hotspot 2.0, o processo de conexão com a rede Wi-Fi é totalmente automatizado e oferece criptografia WPA2 utilizando a Norma de Criptografia Avançada (AES).

Desde o início do ano passado, os pontos de acesso e controladores Hotspot 2.0 (certificados pela Passpoint) estão disponíveis em todos os grandes fornecedores de infraestrutura.  Com novos smartphones habilitados com a tecnologia Hotspot 2.0 e recentemente apresentados pela Samsung, Apple e outras, esse parece ser o momento para a monetização – diretamente abordando as preocupações de muitas operadoras sobre como lucrar com a tecnologia Wi-Fi em uma época de tantas redes gratuitas.

A possibilidade de roaming Wi-Fi e criação de consórcios com o Hotspot 2.0 deve oferecer a mesma rentabilidade dos sistemas de roaming para celulares. Mas, ao contrário do roaming para celulares, o roaming para Wi-Fi pode ser realizado entre hotéis e MSOs (cabo), centros de convenções, lojas de departamento e operadoras de redes móveis (MNOs), estádios, cafeterias e praticamente qualquer pessoa com uma infraestrutura Wi-Fi.

A formação de consórcios de roaming abre muitas oportunidades para as primeiras empresas que adotam essa tecnologia, e algumas parcerias interessantes e improváveis devem aparecer. Ironicamente, esses pioneiros podem incluir uma série de prestadores de serviço que nem oferecem um serviço de wireless de grande escala, como as grandes empresas OTT, como Google ou Facebook, empresas de TV a cabo (MSOs), empresas de cartão de crédito e pessoas com informações pessoais dos seus usuários. 

Os consórcios de roaming para o Hotspot 2.0 representam o começo de uma grande tendência, entre operadoras móveis, de utilizar a Wi-Fi não apenas para aliviar o tráfego em suas redes, mas também de oferecer mais velocidade em roaming e uma experiência mais simples e segura ao se conectar com diferentes redes Wi-Fi.

Com o Hotspot 2.0, as operadoras podem lucrar com o desenvolvimento de uma grande rede de relacionamentos corporativos, embora muitas das redes Wi-Fi subjacentes participando de qualquer consórcio de roaming serão "gratuitas".

Além disso, não será necessário navegar para uma página de entrada no aeroporto para obter um serviço "gratuito". As preocupações com a segurança também são menores em locais públicos, porque as conexões do Hotspot 2.0 suportam criptografia.

E depois?

A abordagem mais simples seria a de começar estabelecendo relações de roaming com os pontos de acesso (PAs) de Wi-Fi mais congestionados, e depois expandir. Isso pode incluir centros de convenções, aeroportos, estádios, shoppings, etc.

Para o assinante, vale a pena ter acesso a uma rede com milhares de parceiros de roaming e milhões de pontos de acesso, todos capazes de oferecer uma conexão automática e segura? O grande valor para usuários de celulares, e o motivo pelo qual pagamos tanto pelo serviço, é a possibilidade de conexão em quase qualquer lugar. A Wi-Fi nunca será tão confiável, mas certamente oferece cobertura em todas as áreas de maior tráfego, como hotéis, cafeterias, aeroportos, etc.

Agora é a hora de explorar esse caminho e os pioneiros terão as maiores vantagens, já que muitos lugares devem limitar o número de consórcios de roaming.